“Neste 8 de janeiro de 2023, cidadãos invadiram o Congresso Nacional e eu peço aos integrantes das forças de segurança que tenha muita sabedoria, serenidade e cautela na hora de agir contra esses homens e mulheres. Esses cidadãos não são bandidos. São cidadãos que estão indignados com tudo o que ocorre em nosso país”. A declaração é do deputado federal eleito Sargento Gonçalves (PL), ao minimizar os atos de terrorismo praticados por extremistas bolsonaristas que depredaram e vandalizaram as sedes dos três poderes, em Brasília, neste domingo (8).
O apelo do futuro parlamentar, que foi eleito adotando o mesmo discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas por Lula (PT), pegou mal entre os eleitores potiguares, que reagiram ao vídeo gravado e publicado no Instagram, em que ele defende os terroristas.
Para eles, os golpistas são “homens e mulheres indignados com a inversão de valores e bandidos colocados em liberdade pela justiça”, e que os agentes se lembrem do que aconteceu aos “nossos irmãos policiais militares de São Paulo, condenados a dezenas de anos de prisão pelo fato de terem interferido na rebelião do Carandiru. Ali, morreram bandidos, criminosos. É o mesmo sistema que quer que vocês atuem contra esses patriotas”, alertou Gonçalves.
Questionado por uma internauta, que lhe respondeu que “patriotismo é uma coisa e vandalismo é outra”, ele recuou e disse que apenas orientou os agentes policiais para agirem com sensatez e sabedoria contra os extremistas bolsonaristas, que depredaram e vandalizaram o patrimônio público e as sedes dos três poderes da nação. Depois, disse não concordar com os atos.
“Não concordo nem defenderia atos violência, assim como não concordo com as ações inconstitucionais que ensejaram estas manifestações. Sobre os atos de vandalismo e depredação, ainda há a necessidade de se apurar, com urgência e transparência, se os atos de violência foram praticados por indivíduos infiltrados na manifestação. Pois, os movimentos de direita sempre foram ordeiros e pacíficos”, falou.
Outro internauta respondeu dizendo que o Sargento Gonçalves, que assumirá o cargo no dia 1º de fevereiro próximo, “nem começou e já deveria perder o mandato” por sua fala, ao tentar minimizar os atos de violência, vandalismo e destruição do patrimônio público, alguns com centenas de anos e raros.
JOGOU CULPA NA ESQUERDA
Assim como quase todo político bolsonarista, ele afirmou, em outra postagem, que os atos “nunca foram características de manifestantes de direita, as quais sempre foram ordeiras e pacíficas. Existe algo muito estranho nisso, inclusive, já circulam vídeos de possíveis infiltrados na manifestação”, associando os crimes a pessoas de esquerda, assim como fez Jair Bolsonaro na noite de domingo (8).