Por Carol Ribeiro
O prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), nominou uma das “forças ocultas” que ele sistematicamente costuma apontar como conspiradoras contra sua gestão. Segundo ele, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito (DNIT) instalou canteiro de obras sobre a Ponte de Igapó, para obras de restauração, com a finalidade de que a requalificação realizada pela prefeitura na avenida Felizardo Moura, anexa à ponte, não tenha repercussão favorável à sua gestão.
“A obra da ponte é um verdadeiro absurdo, um descalabro. O Dnit insistiu em botar o canteiro de obras naquele local, segundo denúncia dos funcionários do Dnit publicada na imprensa, com a finalidade de que a obra não tenha a repercussão que deveria ser favorável à nossa gestão, à nossa administração. Política e politicagem que foi praticada pelo Dnit para atrapalhar a vida dos milhares de moradores da Zona Norte, que se locomovem para a Zona Sul e a Zona Norte diariamente por aquele local. Isso é um descalabro, um absurdo, inaceitável”, afirmou.
Álvaro falou sobre o assunto durante cerimônia no anexo da prefeitura no bairro da Ribeira, em entrevista à 97 FM.
Com as críticas, o prefeito atinge diretamente o Superintendente Federal do Departamento, Getúlio Batista, que responde pelo órgão no Estado. Além disso, põe em dúvida a atuação técnica do órgão nacional e o coloca como atuante político contra a sua gestão. No entanto, não explica a serviço de que, ou quem.
A requalificação da Avenida Felizardo Moura foi uma obra realizada pela prefeitura, já concluída. A restauração da ponte, que fica ao lado da avenida e é a principal ligação entre a Zona Norte e demais zonas de Natal, teve o canteiro de obras instalado sobre uma das vias de passagem, deixando somente uma das mãos livres para o trânsito no local, o que, para o prefeito está “atrapalhando vergonhosamente o tráfego com a desnecessária localização do canteiro”.
O assunto chegou a ser alvo de uma Ação Civil Pública impetrada por Álvaro Dias contra o DNIT no mês passado. Há uma semana, a juíza Moniky Mayara Costa Fonseca negou pedido do prefeito de retirada do canteiro de obras. Apesar disso, ela determinou uma perícia judicial para verificar a necessidade ou não da instalação do canteiro naquele local da Ponte de Igapó.
A obra na Ponte de Igapó vem sendo executada pelo DNIT desde setembro do ano passado. A previsão inicial é 18 meses de duração. A primeira etapa, que interdita o sentido Zona Norte e Zona Oeste, deve durar 12 meses. A segunda, que deve interditar o sentido oposto, tem previsão de seis meses.
A reportagem do Diário do RN entrou em contato com o DNIT, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.