A obra de dragagem do Porto de Natal tem início previsto para o mês de agosto e deve favorecer a retomada do embarque de minério de ferro. Segundo o diretor-presidente da Companhia Docas do Estado (Codern), Paulo Henrique Macedo, cinco empresas apresentaram questionamentos técnicos até o momento. O recebimento de propostas será encerrado no dia 25 de junho. A obra tem orçamento de R$ 62 milhões, assegurados pelo Ministério dos Portos e Aeroportos (MPOR).
Segundo o diretor-presidente da Codern, responsável pela licitação da obra, a Companhia projeta um aumento significativo na movimentação de cargas com a conclusão da dragagem. A intervenção pretende manter a profundidade do canal em 12,5 metros, propiciando a entrada de embarcações maiores e ampliando a capacidade operacional do equipamento. Hoje, o calado operacional é de 10 metros.
Do ponto de vista econômico, é esperado que a obra estimule o crescimento da movimentação de cargas. “Um dos principais impactos esperados é a retomada do embarque de minério de ferro, que pode elevar a movimentação anual de cargas para cerca de 1,5 milhão de toneladas, apenas com esse produto. Para contextualizar, em 2023, o porto movimentou aproximadamente 500 mil toneladas no total”, disse Macedo.
Atualmente, o Porto de Natal atua com mais destaque para a fruticultura. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do RN (Faern), José Vieira, aponta que o terminal tem uma uma vantagem estratégica na exportação de frutas de maneira ágil e é necessários atrair mais empresas para o retorno das operações de contêineres.
“Hoje, basicamente, só tem uma empresa operando no Porto Natal, que é a Agrícola Famosa, que está operando navio próprio. Então, as nossas frutas das outras empresas e fazendas, estão saindo por Fortaleza. O que precisamos é fazer com que essas frutas retornem para o Rio Grande do Norte e sejam exportadas pelo Porto de Natal, mas para isso precisamos da infraestrutura”, explicou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte (Sedec/RN), Silvio Torquato, reforça o quanto a obra de dragagem é necessária para a economia local. “É uma obra muito importante para nós, tanto a dragagem do Rio Potengi quanto as defensas da Ponte Newton Navarro. Sobre as defesas, [o ponto central] é a segurança. Não podemos mais conviver com o risco que temos nessa ponte entre a zona Norte e Sul de Natal”, pontuou.
Torquato avalia ainda que a dragagem pode impulsionar ainda mais a pesca do atum, que conta, hoje, com a produção nacional liderada pelo RN. Ele ainda menciona o papel da obra no incentivo à navegação de cabotagem, ou seja, o transporte de cargas entre portos do mesmo país por meio embarcações.
“Empresas que saem do Rio Grande do Norte para o Amazonas, como a Sadio, por exemplo, hoje estão vendendo para o Amazonas e toda a região Norte. Então, nós estamos muito fortes nessa reativação do Porto de Natal, que vai beneficiar e muito a cabotagem”, destaca.
*Com informações da Tribuna do Norte