O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reuniu nesta sexta-feira (6/1) seus 37 ministros de Estado, no Palácio do Planalto, em Brasília. É a primeira reunião ministerial de Lula desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro deste ano.
Um dos pontos mais importantes da fala de Lula foi a respeito do relacionamento com o Congresso.
“Nós temos que saber que nós é que precisamos manter uma boa relação com o Congresso Nacional, e cada um de vocês, ministros, tem a obrigação de manter a mais harmônica relação com o Congresso Nacional”, resumiu Lula.
Segundo ele, não importa se algum ministro divirja de um deputado ou de um senador. “Quando a gente vai conversar a gente não está propondo um casamento, a gente está propondo aprovar matéria ou fazer uma aliança momentânea em torno de algum assunto que interessa ao povo brasileiro”, apontou Lula.
“Eu quero dizer para vocês que vou fazer a mais importante relação com o Congresso Nacional que eu já fiz.”
Lula também se dirigiu aos líderes do governo no Congresso.
“Vocês não se preocupem, porque vocês vão ter um presidente disposto a fazer tantas quantas conversas forem necessárias com as lideranças, com os partidos políticos, com o presidente Rodrigo Pacheco e com o presidente Arthur Lira. Não tem veto ideológico para conversar e não tem assunto proibido em se tratando de coisas boas para o povo brasileiro”, apontou.
Nas palavras de Lula, o governo precisa do Congresso. “Eu tenho consciência que não é o Lira que precisa de mim, é o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, é o governo que precisa de um bom relacionamento com o Senado. E assim nós vamos governar os quatro anos”, prometeu.
O encontro começou perto das 10h. Entre os 37 ministros, estava Geraldo Alckmin (PSB), que, além de ministro da Indústria e Comércio, exerce o cargo de vice-presidente da República.
Além dos ministros, participam da reunião os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Confira quem são os ministros de Lula
Fernando Haddad (PT) – Ministério da Fazenda
Flávio Dino (PSB) – Ministério da Justiça
José Múcio Monteiro – Ministério da Defesa
Mauro Vieira – Ministério das Relações Exteriores
Rui Costa (PT) – Casa Civil
Alexandre Padilha (PT) – Secretaria de Relações Institucionais
Márcio Macedo (PT) – Secretaria-Geral da Presidência da República
Jorge Messias – Advocacia-Geral da União
Nísia Trindade – Ministério da Saúde
Camilo Santana (PT) – Ministério da Educação
Esther Dweck – Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos
Márcio França (PSB) – Ministério de Portos e Aeroportos
Luciana Santos (PCdoB) – Ministério da Ciência e Tecnologia
Cida Gonçalves – Ministério das Mulheres
Wellington Dias (PT) – Ministério do Desenvolvimento Social
Margareth Menezes – Ministério da Cultura
Luiz Marinho (PT) – Ministério do Trabalho
Anielle Franco – Ministério da Igualdade Racial
Silvio Almeida – Ministério dos Direitos Humano
Geraldo Alckmin (PSB) – Ministério da Indústria e Comércio
Vinícius Carvalho – Controladoria-Geral da União
Gonçalves Dias – Gabinete de Segurança Institucional
Paulo Pimenta (PT) – Secretaria de Comunicação
Carlos Fávaro (PSD) – Ministério da Agricultura
Waldez Góes (PDT) – Ministério da Integração
André de Paula (PSD) – Ministério da Pesca
Carlos Lupi (PDT) – Ministério da Previdência
Jader Filho (MDB) – Ministério das Cidades
Juscelino Filho (União Brasil) – Ministério das Comunicações
Alexandre Silveira (PSD) – Ministério de Minas e Energia
Paulo Teixeira (PT) – Ministério do Desenvolvimento Agrário
Ana Moser – Ministério do Esporte
Marina Silva (Rede) – Ministério do Meio Ambiente
Simone Tebet (MDB) – Ministério do Planejamento
Daniela Souza Carneiro (União Brasil) – Ministério do Turismo
Sonia Guajajara (PSOL) – Ministério dos Povos Originários
Renan Filho (MDB) – Ministério dos Transportes
Embaraços
Críticas ao BC
Antes do encontro, dois ministros de Lula já deram declarações embaraçosas para o novo governo. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, criticou o Banco Central (BC), afirmando que o juro básico aplicado pela autarquia, em 13,75% ao ano, era “fora de propósito” e que essa seria uma situação “completamente anômala”.
“Nova” reforma da Previdência
Carlos Lupi, ministro da Previdência, afirmou, durante seu discurso de posse, que o novo governo pretende fazer uma nova reforma da previdência social. “Vou criar uma comissão quatripartite [sindicatos patronais, dos aposentados, do governo, centrais sindicais]”, disse Lupi.
A declaração de Lupi foi desmentida pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. “Não há nenhuma proposta sendo analisada ou pensada neste momento para revisão de reforma, seja previdenciária ou outra. Neste momento não tem nada sendo elaborado”, afirmou após a posse de Geraldo Alckmin no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).