Por Alessandra Bernardo
Em resposta à matéria jornalística intitulada “Calote das dívidas de campanhas federais chegam a R$ 3 milhões no RN” publicada pelo Diário do RN nesta quarta-feira (28), que listou as cinco maiores dívidas de campanha eleitoral de 2022 no Estado, o deputado federal General Girão (PL) e o secretário de Esporte de Natal Rafael Motta (PSB) emitiram notas-resposta. Nos documentos, ambos admitem a existência das dívidas, conforme consta no site DivulgaCand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas afirmaram que estas foram pagas pelos partidos. Por sua vez, Carla Dickson (UB), Lawrence Amorim (SDD) e Victor Hugo (Republicanos) não se pronunciaram.
De acordo com a assessoria jurídica de General Girão, “os valores veiculados na matéria tratam, exclusivamente, de dívidas de campanha que foram assumidas e quitadas pelo Partido PL/Nacional, não havendo, portanto, nenhum débito, muito menos ‘calote’”.
A assessoria jurídica do deputado destacou ainda que, “necessário ressaltar, que o processo de prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral se trata de um trabalho complexo e minucioso, devendo ser examinada à luz das formalidades contábeis e financeiras insculpidas na Resolução do TSE nº 23.607/2019, no que foi observado pelo então candidato, tanto é assim, que as contas foram aprovadas”.
Conforme os dados da Justiça Eleitoral, o deputado federal possui uma dívida de R$ 157,6 mil, sendo destes, R$ 122,6 mil por publicidade de materiais impressos e R$ 35 mil referentes a serviços de publicidade por adesivos. O parlamentar conseguiu se reeleger e somou R$ 1,6 milhão em despesas de campanha, quitando o montante de cerca de R$ 1,4 milhão.
Já sobre os débitos constantes no site da Justiça Eleitoral, referentes à campanha de Rafael Motta ao Senado Federal em 2022, o vice-presidente do PSB no RN, Manassés Duarte, explicou que estas foram todas quitadas logo após o pleito, “inclusive, de forma antecipada, mesmo havendo parcelamento acordado, conforme a legislação eleitoral”.
Manassés disse ainda que, quando a campanha deixa débitos, estes são registrados na prestação de contas com a devida responsabilização das dívidas pelo partido. “Algo que foi feito e, logo em seguida, a direção nacional do partido agilizou o envio de recursos ao diretório estadual, que procedeu com a quitação antecipada aos fornecedores. Como esse procedimento de quitação das dívidas não é informado no DivulgaCand, e sim na prestação de contas do próprio partido, pode gerar confusão ou levar a interpretação equivocada”.
No site da Justiça Eleitoral, o ex-candidato ao Senado surge em terceiro lugar como o maior devedor entre os políticos potiguares, com uma dívida avaliada pelo TSE em R$ 235,9 mil. Com uma despesa geral orçada em pouco mais de R$ 2,3 milhões, o atual secretário de Esporte de Natal quitou cerca de R$ 2 milhões apenas.
Portanto, a reportagem do Diário do RN está correta, pois foi elaborada baseada em documentos oficiais, emitidos pela Justiça Eleitoral, disponíveis para quem quiser acessar e consultar os dados.