Por Larissa Barbosa
A demência é uma disfunção neurológica, que atinge em grande parte a população mais idosa, podendo decorrer de vários problemas de saúde como diabetes, tabagismo, problemas cardiovasculares, estilo de vida pouco saudável e a própria idade avançada, mas também é possível desenvolver demência sem apresentar nenhuma dessas questões. É importante salientar que não se trata de uma doença específica, mas também pode estar associada a quadros que passam de geração em geração, como no caso do Alzheimer.
“O diagnóstico de demência em idosos é um processo que envolve a observação de mudanças no comportamento, na capacidade cognitiva e na funcionalidade do indivíduo. É importante notar que a demência não é uma parte normal do envelhecimento, mas sim uma condição que implica declínio significativo das capacidades mentais”, afirma a médica, Isadora Silva.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas vivem com alguma forma de demência e a expectativa é que esses números tripliquem até 2050. No mundo inteiro, os números poderão chegar a mais de 150 milhões, devido ao envelhecimento da população.
Uma das principais formas de garantir uma melhor qualidade de vida e a retardar a progressão doa sintomas é o diagnóstico precoce. Como não existe um exame específico, o processo de diagnóstico é se atentar aos sintomas. A demência afeta habilidades como a memória, o pensamento, a orientação, a percepção, a capacidade de aprendizado, a linguagem e a capacidade de tomar decisões. Normalmente, associados aos quadros de demência, há também sintomas físicos como tremores, rigidez, déficit na coordenação motora, incontinência, distúrbios da fala, entre outros. Com o declínio cognitivo, das capacidades físicas e motoras e das habilidades sociais, idosos com demência podem apresentar confusão mental, instabilidade no comportamento, dificuldades de locomoção e se tornam vulneráveis a riscos que podem e devem ser controlados por seus cuidadores.
“Cuidar de pessoas com demência envolve várias estratégias para lidar com os sintomas e promover o bem-estar. É preciso manter um ambiente seguro; uma rotina constante, para ajudar a reduzir a confusão e promover a estabilidade do indivíduo; comunicação efetiva; nutrição e exercícios; e o suporte emocional”, explica a médica.
Essa condição também pode afetar diretamente no convívio do idoso com seus familiares. Isadora também esclarece que o diagnóstico precoce “ajuda a explicar as mudanças de comportamento que podem ser fonte de estresse e conflito na família”.
“Nesse contexto existe uma família, que muitas vezes termina adoecendo, principalmente pela falta de aceitação do fato, por não saberem muitas vezes nem por onde começar e ainda pela dificuldade de lidar com a situação”, conta a gerontóloga, Ana Suely Andrade.
EVENTO VAI DEBATER O TEMA
Números do Ministério da saúde estimam que mais de 70% das pessoas com demência, no Brasil, não estão diagnosticadas. Tendo em vista a grande desinformação a respeito do tema, é importante a disseminação desse conhecimento que ajuda a proporcionar ao idoso um melhor tratamento, e consequentemente, uma melhoria na sua saúde física e mental.
Pensando nisso, a casa de repouso Terça da Serra irá promover, pela primeira vez para o público externo, um momento de conversa para esclarecer como é possível entender mais sobre a demência e proporcionar uma melhor qualidade de vida para os idosos.
O evento acontecerá no dia 4 de maio, às 16h, nas instalações da própria instituição, localizada na rua Min. Raimundo de Brito, 1883 – Lagoa Nova. O processo de inscrição é online, através do link disponibilizado no Instagram da casa: @tercadaserra_natal.