A união das duas já vinha sendo difundida nas redes sociais, mas no último sábado (27), foi oficializada a chapa Dra Vanessa Lopes (União), candidata a prefeita, e Fabielle Bezerra (PP), candidata a vice-prefeita, em chapa composta pela oposição em Assu para disputar com o candidato do governismo, Lula Soares (MDB), primo do prefeito Gustavo Soares (sem partido) e do deputado estadual George Soares (PV).
Dra Vanessa é esposa do ex-prefeito Ivan Junior (União), nome com histórico e tradição política na cidade. Já Fabielle é vice-prefeita, e vem, desde o rompimento com o prefeito Gustavo Soares, em 2021, trabalhando sua imagem eleitoralmente. Em janeiro, se filiou ao PP e assumiu presidência do partido no município.
Mãe de dois filhos, paraibana e filha de político, Vanessa Lopes conversou com o Diário do RN e falou sobre a ideia de entrar para a política. Para ela, os números apresentados nas pesquisas, que trazem a liderança do candidato governista, não “são bem assim” e questiona a idoneidade de um dos institutos.
Ela também confirmou afirmação de Fabielle Bezerra, dizendo que muita gente trabalhou para atrapalhar a candidatura, e a união, das duas. Veja:
Diário do RN – Como vocês chegaram a definição do nome de doutora Vanessa, em vez do nome de Ivan Junior, para a candidatura do grupo em 2024?
Dra Vanessa – Na verdade, a gente fez a escuta popular. Foram feitas pesquisas e atendendo ao desejo da população a gente respeitou, porque ele entendeu que o melhor nome seria o meu pra disputar porque eu aparecia melhor nas pesquisas. E como a gente acha que tinha que ter uma candidatura competitiva, né? Eu me identifico muito com a população do Assu. Na verdade, nem sou assuense, não sou natural daqui, sou paraibana e vim para cá depois que me casei com Ivan.
Tenho uma grande identidade com o povo daqui, desde que cheguei e fiz muitos amigos aqui através do meu trabalho, hoje eu ocupo um espaço que é meu. Deixei de ser a esposa e passei a ser a médica respeitada. E o povo me chamou.
Diário do RN – Nunca ocupou nenhum cargo eletivo ou político?
Dra Vanessa – Eu participei da eleição em 2022, quando me candidatei a deputada federal. Sempre atuei como médica mesmo, inclusive na gestão dele (Ivan) enquanto prefeito sempre que alguma coisa me chamava e gosto muito da minha profissão, me realizo através dela. Na verdade, as primeiras damas normalmente estão em secretaria de assistência social, da Ação Social. Eu nunca tive interesse. Eu acho que a forma que eu tinha de ajudar era através do meu trabalho como médica e eu só vim pra Assu a princípio quando cheguei aqui eu não era efetiva do município e eu entrei no município respeitando a lei do nepotismo depois que eu fui aprovada no concurso público. E aí foi quando fui efetivada.
Diário do RN – E o que e mudou agora em relação a esse interesse político?
Dra Vanessa – Eu venho de uma família que é política, né? Então eu tive muitos dissabores. Eu acho que eu fui vítima porque eu era filha de político, sabe? A política me afastou dos meus pais.
Então acho que eu tinha um certo trauma, seria uma palavra apropriada e eu fui mãe logo que me casei, achava que eu não queria aquilo para o meu filho. Mas aí a gente vai percebendo, quando a gente tem um espírito público e a vontade de ajudar as pessoas a gente percebe que é através da política que a gente consegue ajudar de uma forma mais eficiente. Lá no trabalho, no posto de saúde, onde trabalho eu consigo ajudar as pessoas, mas com uma certa limitação. E eu vejo hoje uma dificuldade muito grande, eu vejo que o sistema de poder aqui é montado com aparato do poder público e eu não vejo cuidado com o povo. Uma coisa que o gestor deveria se preocupar. É uma coisa muito fria. E a proposta é essa. E eu estou aqui nesse momento disputando, porque eu gosto é de cuidar tá? É o que eu sei fazer, através da minha profissão que eu aprendi em casa com meus pais e eu vejo que eu poderia cuidar melhor do meu povo muito mais por eles através da política.
Diário do RN – O que contou para a definição da cabeça de chapa e da candidata a vice?
Dra Vanessa – Do momento atual, o momento que a gente vive, a gente escutou as pessoas, nossos amigos e escutou a população. Houve pesquisas e respeitando o desejo popular, do momento, do cenário que está hoje, essa foi a melhor composição que a gente conseguiu apresentar para atender as necessidades. Fabielle é uma mulher muito querida, muito bem quista, de muito serviço prestado, é vice-prefeita e fez um trabalho enquanto vice-prefeita diferenciado, é reconhecida por isso, mas nesse momento agora o cenário apontava que a população queria que a chapa fosse composta dessa forma.
Diário do RN – Vocês afirmaram, durante o lançamento da chapa, que teve muita gente que trabalhou para atrapalhar essa candidatura. Quem?
Dra Vanessa – A situação, naturalmente. O que eu posso interpretar, por tudo que foi feito, pelos convites a ela, pelas vantagens, que eles não desejavam que houvesse essa união. Eles fizeram divulgação de muitas fake news, alimentaram nas redes sociais que o poder público tem. E alimentavam a rivalidade entre nós, alimentavam que Ivan não cederia a cabeça de chapa para ela. Foi alimentada uma picuinha, um desgaste, que poderia ter acontecido se nós não fossemos mulheres maduras né? Se não estivéssemos vacinadas contra esse veneno poderíamos ter caído, mas não é o caso. A gente está unida por um propósito.
Diário do RN – Como é que a senhora vê os números das pesquisas que já saíram? Com a oposição sempre em segundo e terceiro lugar?
Dra Vanessa – Eu acho incrível né porque nós nem sequer tínhamos chapa lançada a gente não começou a pré-campanha e o nosso adversário eu diria que está em campanha desde que foi levantada a hipótese da eleição suplementar que a situação vem trabalhando o nome dele. E aí ele ocupou vários cargos na gestão estratégicos. Ele foi colocado na secretaria na saúde para fazer política, ele foi em seguida colocado na secretaria de Ação Social. Também para fazer política.
Foram criados programas para atender a população vulnerável, onde ele aparecia. Não sei nem se encaixa como conduta vedada porque uma coisa tão escrachada. E às vésperas da eleição, né? Houve programas agora que foram lançados, em novembro ou dezembro com esse intuito e a gente claramente interpreta a compra de votos. Com esses programas eleitoreiros, que usam da vulnerabilidade daqueles que mais precisam. Aquelas pessoas mais simples, para se comprar o voto através disso, através do dinheiro público.
Diário do RN – Como é que vocês pretendem superar a liderança do governismo, que vem aparecendo nas pesquisas?
Dra Vanessa – A última pesquisa que foi lançada agora, que foi divulgada, agora no final de semana coincidentemente no fim de semana de lançamento da nossa chapa, que eles guardaram, uma pesquisa que foi registrada duas vezes na Justiça Eleitoral e não foi divulgada. Então eram números que eles já tinham interesse que o grupo desse. A gente tem prints de partidários e cabos eleitorais divulgando esses números antes nas redes socias. Antes da divulgação, que são mais de vinte pontos de diferença. De sempre cantando vitória. E aí quando a gente lança a candidatura, esse instituto que aqui em conhecido eu acho que não só em Assu como em todo Rio Grande do Norte isso tudo que é conhecido por essa prática né ilegal, que podia ser punida severamente, a gente lamenta que a Justiça é tão condescendente, um instituto que é condenado acho que em cinco processos, responde a mais de nove processos. E na última eleição, de 2020, aquela fatídica eleição de 5 votos de diferença, na véspera da eleição, esse mesmo instituto, contratado por esse mesmo grupo, apontava a vitória de Gustavo, o prefeito atual, por mais de 17 pontos. Eles usam o instituto tanto pra convencer o eleitor dele que está desacreditado, o eleitor diz que anda nas ruas e não escuta o que eles mostram, eles usam esses números. Eles tiram não sei de onde. Aliás, a gente sabe de onde sim. E aí inclusive tem vários. Tenho todos os processos de condenação do instituto que é conhecido no Rio Grande do Norte inteiro. Responde a vários processos.