A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou o lançamento do Programa Bolsa Futuro Digital, que abrirá inscrições para um curso de capacitação gratuito e presencial destinado a formar 10 mil programadores iniciantes nos próximos 24 meses. O programa é voltado para jovens e adultos sem experiência prévia na área de tecnologia da informação, com foco nas carreiras de desenvolvimento Front-end e Back-end.
Na primeira etapa, serão disponibilizadas 5 mil vagas em 12 estados e no Distrito Federal, priorizando estudantes da rede pública. Em seis meses, mais 5 mil vagas serão abertas, ampliando ainda mais o alcance da iniciativa. Os participantes receberão apoio financeiro mensal durante o curso, com a ministra destacando que “o Bolsa Futuro Digital não é apenas mais um programa de capacitação, é um passo estratégico para preparar nossos jovens para os empregos que farão a diferença nos próximos anos”.
O programa é uma ação do Conecta e Capacita, política pública do MCTI voltada à formação tecnológica e será financiado com R$ 54,5 milhões do PPI da Lei de Informática. O objetivo é formar profissionais prontos para o mercado de trabalho, oferecendo certificação e uma experiência prática em empresas parceiras.
Luciana Santos também enfatizou a importância da inclusão feminina no setor tecnológico, afirmando que 50% das vagas do programa serão destinadas a mulheres. Segundo dados da Brasscom, o Brasil forma apenas 46 mil profissionais de tecnologia por ano, enquanto a demanda é de cerca de 70 mil.
Quem pode participar
Para se candidatar ao Bolsa Futuro Digital, é necessário:
- Ter concluído o ensino médio (ou estar em vias de concluir, desde que complete 18 anos até o fim do curso);
- Ter estudado em escola pública ou, em caso de escola privada, com bolsa integral;
- Ter no mínimo 18 anos completos até a data de encerramento da formação;
- Ter acesso à internet para a realização das atividades complementares.
Não é necessário conhecimento prévio em programação, o que torna o programa uma porta de entrada inclusiva para novos talentos da tecnologia.
Como será o curso:
O treinamento tem duração total de 9 meses, divididos em duas fases:
Fase de formação técnica (6 meses):
- Aulas presenciais duas vezes por semana, com 3 horas por sessão (totalizando 144 horas presenciais);
- Conteúdo complementar online: 56 horas, com apoio das entidades executoras;
- Bolsa de R$ 100/mês nos 3 primeiros meses e R$ 200/mês nos 3 meses finais.
Fase de residência tecnológica (3 meses):
- Os participantes com melhor desempenho poderão participar de uma residência em empresas parceiras, com acompanhamento técnico e bolsa de R$ 600/mês.
- O curso adota metodologias modernas como Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL) e Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom), estimulando a prática e a resolução de problemas reais.
Trilha Front-end ou Back-end – escolha seu caminho:
Os candidatos podem escolher uma das duas trilhas de formação:
- Desenvolvedor Front-end: foco em interfaces, design, interatividade e experiência do usuário, com conteúdos como HTML, CSS/SASS, JavaScript, React e noções de UX.
- Desenvolvedor Back-end: voltado à lógica, servidores e bancos de dados, com aulas sobre JavaScript, Python ou Ruby, orientação a objetos, WebServices e modelagem de dados.
Onde o programa será oferecido:
O Bolsa Futuro Digital será implementado de forma presencial em 12 estados e no Distrito Federal. São eles:
- Região Norte: Pará;
- Região Nordeste: Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Bahia;
- Região Centro-Oeste: Goiás e Distrito Federal;
- Região Sudeste: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo;
- Região Sul: Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
Cada local contará com polos físicos de aula, que podem ser consultados nos portais das entidades executoras. A escolha do polo é feita no momento da inscrição.
Quem executa o programa:
A execução do programa será feita por três entidades, ICTs Executoras de projetos do PPI, o CEPEDI, a SoftexPE e o H.BR, sob coordenação da SOFTEX. A iniciativa também envolve uma ampla rede de instituições federais e estaduais de ensino, como:
Uepa, IFMA, UEPB, UFPE, IFSE, IFBA, IFBaiano, IFMG, IFG, IFB, UFF, IFSP, Unesc e IFRS.
Avaliação e seleção
Haverá processo seletivo com duas etapas: Teste de raciocínio lógico e envio de vídeo demonstrando interesse e motivação para cursar a formação e/ou teste automático de Fit Cultural. A matrícula será feita mediante apresentação de documento com foto, conforme orientação da entidade executora local.
As inscrições podem ser feitas no site hardware.org.br.