A chegada da Semana Santa traz, para os fiéis católicos, um momento ápice de fé, conhecido também como “Semana Grande”, iniciada no último domingo, com a celebração do Domingo de Ramos. O padre Yago Carvalho, Coordenador Arquidiocesano da Comissão de Liturgia e Sacramentos, explica o significado desses dias tão importantes: “A Semana Santa, como diziam os padres do primeiro século, é a semana dos dias grandes. Todo dia é santo, mas a Semana Santa por excelência se torna Santíssima. São nesses dias que compreende do domingo de Ramos ao domingo de Páscoa que os cristãos católicos são convidados a viver a paixão, morte e ressurreição de Cristo. E há diversas celebrações nesses dias que são muito bonitas, a própria celebração de Ramos, a celebração também do ofício de trevas, que constituem na recitação de salmos e apagando as velas, simbolizando os apóstolos que foram abandonando o Senhor, abandonando a luz de Cristo e o tríduo pascal que acontece na quinta, na sexta, no sábado e de modo especial no domingo de Páscoa”.
QUINTA-FEIRA SANTA
A quinta-feira Santa são vividos quatro momentos especiais: A missa dos Santos Óleos – óleos que são utilizados ao longo de todo ano para os Sacramentos-, a instituição da Eucaristia, a instituição do Sacerdócio e o momento de Lava Pés, como detalha o padre: “Na quinta-feira Santa, nós recordamos a instituição da Eucaristia e a instituição do sacerdócio. Há uma celebração muito bonita em que o bispo e os padres lavam também os pés dos discípulos, a semelhança como Cristo também lavou os pés dos apóstolos, simbolizando o serviço. Neste dia, encerra-se a quaresma com esta celebração, mas as pessoas são convidadas ainda a continuarem com suas práticas quaresmais até o domingo de páscoa. Neste dia também se evidencia a Eucaristia, Deus se dá como alimento, se colocou como alimento em favor da humanidade”.
SEXTA-FEIRA SANTA
A sexta-feira Santa, conhecida também como Sexta da Paixão, é um momento de silêncio e reflexão, momento em que é feito o jejum. “Na sexta-feira Santa, nós recordamos a Paixão e Morte de nosso Senhor. Jesus Cristo sofreu a morte no sentido de uma maneira especial, entregar-se de maneira total. A sexta-feira também é o dia que é colocado como o jejum, três refeições, uma completa e duas que juntas não consiga dar uma. É o dia também de fazermos a veneração da Santa Cruz, de rememorarmos que Cristo se entregou de maneira total, assim como também nós deveríamos nos entregar também de maneira total, por amor ao serviço, aos irmãos. A sexta-feira Santa se reveste como dia de caráter penitencial, por isso essa graça de comer peixe, de fazer jejum, mas também de fazer o gesto da caridade”, explicou o sacerdote.
SÁBADO SANTO
Conhecido também como “Sábado de Aleluia”, em que se celebra a Vigília Pascal, essa é a liturgia mais singular. A Vigília Pascal encerra o Tríduo e dá início às celebrações da Páscoa. Durante a Vigília vive-se um ritual diferente do comum, como ressalta Padre Yago: “A Vigília Pascal que é celebrada no sábado, Santa Agostinho inclusive dizia que era mãe de todas as vigílias, é a maior de todas as solenidades da igreja, maior do que o natal, maior até mesmo do que qualquer outro tipo de celebração. É neste dia em que recordamos a Páscoa, a passagem, a passagem de Cristo, da morte para a vida, das trevas para a luz, é um dia de grande solenidade, a celebração da inauguração do fogo, do auxílio pascal, da renovação das promessas batismais”.
DOMINGO SANTO
O domingo Santo, chamado também de domingo de Páscoa, é um dia tradicionalmente em que as famílias se reúnem, celebram a ressureição de Jesus Cristo, como explica o padre Yago Carvalho: “O Domingo de Páscoa, que é o dia da Páscoa, da ressurreição, dessa grande alegria que nos invade e convida a viver de uma maneira totalmente diferente. A família se reúne para louvar o Cristo ressuscitado, razão da nossa fé. A Páscoa também se reveste num tempo de alegria, a igreja comemora cinquenta dias após a Páscoa, simbolizando que o cristão também deve radiar alegria no mundo que prega tantas trevas, tanta desilusão, desesperança”.