O MENSALÃO QUE CHACOALHOU A REPÚBLICA
Há exatos 20 anos, o Brasil foi sacudido por um dos maiores escândalos de corrupção da história da República, que ficou conhecido como Mensalão. O esquema, revelado inicialmente pelo então deputado federal Roberto Jefferson, expôs um complexo sistema de compra de votos no Congresso Nacional para aprovar projetos de interesse do governo do Partido dos Trabalhadores (PT). O caso não apenas abalou a cúpula do partido no poder, mas também inaugurou uma nova era na percepção pública sobre a corrupção e a impunidade no país.
O Mensalão envolvia pagamentos mensais (daí o nome) a parlamentares de partidos aliados em troca de apoio político à gestão do presidente Lula. Os recursos, segundo as investigações, vinham de empréstimos fraudulentos, desvios de verbas públicas e contratos superfaturados com estatais. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal desvendaram uma intrincada rede que incluía políticos, empresários e operadores financeiros.
O julgamento do Mensalão, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi um marco. Pela primeira vez, importantes figuras políticas e empresariais foram condenadas por corrupção e outros crimes. A pena de prisão, embora contestada e rebatida com recursos, foi aplicada a muitos dos envolvidos, incluindo José Dirceu, Delúbio Soares, Marcos Valério, João Paulo Cunha e José Genoíno que cumpriram e cumprem suas sentenças em regime fechado ou semiaberto.
A vida pós-Mensalão para os condenados tem sido variada. José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil do governo Lula, condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa, cumpriu pena, mas voltou a ser alvo de investigações e condenações em outros desdobramentos da Operação Lava Jato, chegando a ser novamente preso. Atualmente, responde a processos em liberdade. Delúbio Soares também cumpriu sua pena e tem mantido um perfil discreto. Marcos Valério, o operador financeiro, continua cumprindo sua pena em regime semiaberto. João Paulo, ex-presidente da Câmara dos Deputados, foi condenado por corrupção passiva, e José Genoíno, ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha.
A maioria dos políticos envolvidos e condenados deixou a vida pública, enquanto outros buscam a reabilitação, sob as bênçãos do presidente Lula, como é o caso de José Dirceu.
O escândalo do Mensalão, com sua exposição detalhada de esquemas de corrupção e a inédita condenação de figuras poderosas, serviu como um amargo aprendizado para a sociedade brasileira e para as instituições de controle. As investigações e o julgamento do Mensalão pavimentaram o caminho e, de certa forma, “treinaram” o sistema de justiça para enfrentar esquemas de corrupção ainda maiores e mais complexos. Dez anos depois, a Operação Lava Jato emergiu, revelando um esquema de corrupção de proporções muito maiores, dentro do governo do PT, envolvendo a Petrobras e as maiores empreiteiras do país.
DEPUTADOS
O Rio Grande do Norte é representado por 8 deputados federais, sendo Robinson Faria e João Maia pelo Partido Progressista (PP), Benes Leocádio e Carla Dickson, pelo União Brasil (UB), Natália Bonavides e Fernando Mineiro, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), General Girão e Sargento Gonçalves, pelo Partido Liberal (PL).
PROPOSTA
Muitos dos pré-candidatos aguardando o desfecho dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto ao Projeto de Lei que prevê o aumento do número de cadeiras na Câmara dos Deputados. Caso a Câmara derrube o veto do presidente Lula, o RN ganhará mais duas cadeiras de deputado federal e aumentam as chances para aspirantes ao cargo.
DISPUTA
Para alguns dos pretendentes a exercer mandato de deputado federal o problema que enfrentam é exatamente a estrutura que os atuais deputados têm em suas mãos. Todos os oito parlamentares, sem exceção, contam com gordas verbas, através das Emendas Parlamentares, que são distribuídas com os municípios e instituições legalmente constituídas, de onde vão angariar votos.
DISPUTA 2
Caso não haja aumento do número de cadeiras para o RN na Câmara dos Deputados, os atuais parlamentares dificilmente vão “largar o osso” para dar lugar a qualquer um outro que esteja com planos de se deslocar para Brasília. Quem entrar na briga agora vai participar com a condição de “batedor de esteira”. Ou seja, vai trabalhar para garantir a permanência de quem está na Capital Federal.
DISPUTA 3
Um dos políticos que está querendo disputar uma das atuais 8 vagas do RN na Câmara Federal é o deputado estadual doutor Bernardo, em seu segundo mandato e já de malas arrumadas para o MDB, mas continua rezando naquela prática de que “seguro morreu de velho”.
DISPUTA 4
É que enquanto o deputado doutor Bernardo sai da Assembleia Legislativa e vai se “arriscar” na disputa por uma das vagas de deputado federal, sua esposa, Kaline Amorim, é quem vai herdar o seu patrimônio eleitoral na região oeste para “guardar” a cadeira da familia na ALRN.

