A perfuração de poços em águas profundas na Margem Equatorial, que marca o retorno da Petrobras ao Rio Grande do Norte, foi saudada nesta quarta-feira (6) pela governadora Fátima Bezerra ao receber a notícia de que o navio-sonda responsável pela perfuração do poço de Pitu Oeste partiu terça-feira (5) do Rio de Janeiro em direção à Bacia Potiguar.
O início da campanha de exploração pela Petrobras de novos poços localizados em águas profundas da Margem Equatorial terá impacto significativo no setor de petróleo e gás do Brasil, tendo como ponto de partida o Rio Grande do Norte. Pitu fica a 79 quilômetros da Costa Potiguar.
“Não é mais sonho, é realidade. É uma nova fronteira que se abre. Para o Rio Grande do Norte, significa um novo ciclo de investimentos que irá contribuir para a geração de emprego e renda e para o aumento da arrecadação do Estado e dos municípios”, disse a governadora, antes de uma reunião com a diretoria da Federação das Indústrias (Fiern) e de representantes da empresa Maersk sobre a reabilitação do Porto de Natal, outra pauta importante para desenvolvimento do Estado.
Pitu Oeste é o terceiro poço da concessão BM-POT-17, cuja licença de operação foi emitida pelo Ibama. A previsão é de que o trabalho de perfuração dure de três a cinco meses. O último poço dessa concessão foi perfurado em 2015. No âmbito da mesma licença ambiental emitida pelo Ibama, a Petrobras planeja perfurar o poço Anhangá, próximo a Pitu Oeste.
O Plano Estratégico da Petrobras para o período 2024-2028 prevê investimentos de 3,1 bilhões de dólares em atividades exploratórias na Margem Equatorial que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá. “Esse esforço já dá a medida da confiança em que depositamos no potencial dessa faixa do litoral brasileiro, muito promissora e fundamental para garantirmos a segurança energética do país”, explicou Jean Paul Prates, presidente da Petrobras.
A retomada da exploração de petróleo em águas profundas é vista pelo presidente da Fiern, Roberto Serquiz, como um fator promissor para a economia potiguar. “Nós já percebemos um movimento muito favorável na região, onde onze empresas atualmente exploram os campos maduros, e há expectativa de exploração do campo Pitu Oeste, em águas profundas, com investimento inicial em torno de 300 milhões.” Segundo Serquiz, a produção em terra tende a aumentar com a reativação de 616 poços e a previsão de perfuração de mais 1.600.
A cadeia do petróleo era responsável por mais de 50% do PIB industrial do Rio Grande do Norte nos tempos em que a produção superava 100 mil barris/dia. O mercado estima que o petróleo tem atualmente um peso de apenas 13% na formação do Produto Interno Bruto potiguar, mas a tendência é que essa participação aumente com a entrada em operação de novos campos em terra concedidos à iniciativa privada e, agora, com a volta das atividades da Petrobras ao Estado.