O vice-presidente do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, saiu em defesa de Domingos e Chiquinho Brazão, irmãos acusados pela morte da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Em uma postagem no Instagram, Quaquá publicou uma foto ao lado de familiares dos Brazão e afirmou que não existem provas que liguem os dois ao crime.
A irmã de Marielle, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, reagiu à defesa de Quaquá, prometendo recorrer ao comitê de ética do partido. Em sua postagem, o petista afirmou que defende os irmãos por “não ser um rato que se esconde no esgoto para fugir da luz”. Ele também tentou associar o ex-presidente Jair Bolsonaro ao caso, uma alegação que foi descartada pela investigação da Polícia Federal.
Anielle Franco, sem mencionar Quaquá diretamente, criticou a postura do dirigente do partido por utilizar o nome de sua irmã “sem qualquer responsabilidade”. Ela anunciou que irá protocolar um pedido na comissão de ética do PT contra a atitude dele, classificando-a como “repugnante”.
Essa não é a primeira vez que Quaquá se posiciona em defesa dos irmãos Brazão. Em declarações anteriores, ele expressou dúvidas sobre a participação de Domingos no crime. “Não vou nem dizer que é inocente nem culpado. Não vi ainda provas cabais”, afirmou em entrevista ao Estadão. Apesar das controvérsias geradas por suas declarações, Quaquá foi blindado dentro do partido após uma reunião da cúpula petista onde se discutiu seu possível afastamento; o placar foi de 26 votos contrários a 17 favoráveis.
Em uma nova postagem no Instagram nesta quinta-feira (9), Quaquá reiterou suas críticas à investigação, afirmando: “A realidade é que usaram a família Brazão de bucha de canhão para ocultar o fato de que o assassino brutal esteve um dia depois no condomínio onde moram Bolsonaro e seu filho”.
Domingos e Chiquinho Brazão estão presos desde março do ano passado e foram apontados pela PF como mandantes da execução de Marielle e seu motorista, Anderson Gomes. O inquérito concluiu que o assassinato foi motivado por grilagem de terras de interesse de milicianos ligados aos irmãos. Marielle e Anderson foram mortos a tiros no bairro carioca do Estácio em 14 de março de 2018.
Com informações do Estadão