Por Bruna Torres
Com os recessos de fim de ano e a chegada do verão, o calor se transforma em um convite para que banhistas busquem se refrescar em praias, lagoas, barragens e piscinas, com o aumento da frequência nesses lugares também crescem os riscos de afogamentos. As autoridades se mantem atentas, mas também chamam atenção da população para um trabalho conjunto.
“Na Operação Verão aumenta o número de ocorrências como casos de afogamento, que são mais recorrentes devido ao maior número de banhistas, que se deve tanto aos turistas que chegam ao nosso litoral, quanto à população local de férias que frequenta as praias, lagoas, barragens, o que gera esse aumento de ocorrência mesmo com o reforço que a gente tem dos nossos guarda-vidas”, afirma Tenente Bari, subcomandante do Grupamento de Busca e Salvamento Aquático do Corpo de Bombeiros.
De acordo com o subcomandante, os casos de afogamentos envolvendo adolescentes e adultos acontecem principalmente em lagoas, lagos e barragens. “Normalmente as pessoas tendem a se aventurar, tentar se desafiar nesse ambiente aquático, frequentemente aliado à ingestão de bebida alcoólica e acabam se afogando nesse percurso”, pontua.
No caso de crianças, o perigo é maior e os afogamentos são a principal causa de morte na faixa etária de 0 a 4 anos e muitas vezes acontecem dentro de casa. Os pequenos nunca devem ficar em ambientes aquáticos sem a presença de um adulto e o Tenente ainda reforça que piscinas devem estar cercadas para evitar que crianças pequenas tenham acesso fácil a ela, além de cuidados com outros equipamentos que possam causar acidentes como baldes e vasos sanitários.
O subcomandante do Grupamento de Busca e Salvamento Aquático também destaca que nesta temporada de maior contato com o ambiente aquático, independente de qual seja, algumas recomendações são intensificadas pelo Corpo de Bombeiros com relação aos cuidados com as crianças. “Em relação às boias, nós orientamos que não sejam infláveis, que elas podem vir a se furar e a criança dessa forma perder a flutuabilidade. Também não orientamos que sejam aquelas boias de braço nem circulares, pois elas não são bem seguras, elas podem escorregar e sair da criança. E o que orientamos mesmo é que sejam aquelas boias de espuma, tipo colete, que ficam presas ao corpo e não têm esse risco de que seja furada ou perca a flutuabilidade por alguma outra razão”.
Ele orienta ainda que as cores das roupas de banho fazem toda a diferença em casos de desaparecimentos de crianças que também são muito comuns nos espaços de lazer lotados. “Nós orientamos que coloquem cores mais chamativas e que recordem da cor que a criança está vestida. Caso ela venha a se perder, é possível conseguir reencontrá-la de uma forma mais rápida. Além disso, os nossos postos de guarda-vidas distribuem pulseiras para que sejam colocadas nas crianças e dessa forma, caso ela venha a se perder, a pessoa que encontrar entre em contato com o responsável”.
Independente de qualquer idade, caso a pessoa presencie algum acidente aquático, a orientação é ligar para o 193 para acionar o Corpo de Bombeiros o mais rapidamente possível e só tentar qualquer tipo de auxílio, como fornecer uma flutuação se não representar risco. “Se não tem segurança, a gente não indica de forma alguma que entre no mar ou barragens. Mas se tem a segurança de fornecer algo, uma flutuação, nem que seja uma garrafa pet com ar, uma tampa de isopor para aquela pessoa que está se afogando, se tem essa oportunidade, ofereça. Depois que retirar da água, o tratamento é com a gente ou com o SAMU, nós que temos a capacidade de realizar o tratamento ali”. Mesmo em situações de acidentes menos graves a orientação é ir ao hospital, pois pode ocorrer resquícios de água ou dano pulmonar que não podem ser vistos pelos sinais e sintomas apresentados no local.