Há menos de dois dias para a eleição que definirá quem será o novo presidente do Senado Federal, o senador Styvenson Valentim (Podemos) continua em dúvida sobre quem irá receber seu voto. Na semana passada, em conversa com a reportagem do Diário do RN e apesar de dizer que não havia se definido até aquele momento, falou bastante, e bem, do nome de Eduardo Girão, seu amigo de longa data e colega de partido. Mas, nesta segunda-feira (30), deixou escapar o nome de Rogério Marinho (PL).
“Tem Rogério, que é do nosso Estado. Não concordo com algumas coisas dele, da extrema direita. Mas é um cara que, em alguns pontos, se aproxima comigo, mas tem um que é inquestionável. É do meu partido, é meu amigo, quase um irmão que é Eduardo Girão”, afirmou ao jornalista Bruno Barreto, do Blog do Barreto. E disse que terá uma conversa com Eduardo Girão (Podemos-CE) antes de definir seu voto.
Dividido entre Rogério Marinho e Eduardo Girão, Styvenson Valentim tem até esta quarta-feira (1º) para se decidir, já que a votação para a escolha da nova presidência do Senado Federal ocorre no mesmo dia em que os novatos, ou reeleitos, assumem suas cadeiras para oito anos de legislatura no Congresso Nacional, até fevereiro de 2031.
Sobre Eduardo Girão, ele ainda falou: “Um muito amigo meu, próximo. Um senador que está desde o início no Podemos e sempre acompanha o nosso trabalho, veio aqui (no Estado) durante a campanha. Tem integridade, tem personalidade, tem idoneidade e características boas para assumir qualquer cargo”, derreteu-se, para depois, dizer que estava em dúvida.
Em franca campanha, Rogério Marinho tem levantado a linha de que seu principal adversário, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) não possui condições de liderar o Senado Federal frente ao fortalecimento do Judiciário. “Houve invasão de prerrogativas por parte do Judiciário. Hoje você vê alinhamento do Judiciário com o governo Federal e a vitória do Pacheco manterá isso”, afirmou.
Apoio a Rogério cresce, mas Pacheco ainda reúne maior número de votos
Apesar de ter três candidatos, a disputa para a presidência do Senado está acirrada entre os dois principais envolvidos: Rodrigo Pacheco e Rogério Marinho. O primeiro possui o maior número de votos, mas o apoio ao candidato do PL vem crescendo nos últimos dias. Para vencer, o candidato precisa de, pelo menos, 41 votos favoráveis. Se ninguém atingir esse número, a votação vai para o segundo turno.
Pacheco possui o apoio de senadores da base de apoio do governo Lula e de partidos de centro, enquanto Rogério, ex-ministro e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve contar com os votos da oposição. O PT (9) e PDT (3), que somam 12 congressistas, já confirmaram estar do lado do presidente do Senado. Também são da base do Lula (PT) no Congresso e, por isso, formam aliança com Pacheco: MDB (10), PSB (2), Rede (1) e Cidadania (1). Com isso, os aliados do candidato à reeleição somam entre 50 e 55 votos, conforme o G1.
Por outro lado, o PL (13), o PP (6) e o Republicanos (4) formaram um bloco para apoiar Marinho. Os três juntos concentram 23 votos. Praticamente todos os membros do PP declararam voto em Marinho e estão trabalhando para eleger o ex-ministro de Jair Bolsonaro. Cacique do PP, que também integrou o governo Bolsonaro, Ciro Nogueira (PI), afirmou no sábado que a vitória de Marinho “está encaminhada”.
O candidato do PL também pode receber votos de parlamentares que, em tese, votariam em Pacheco. Isso pode ocorrer porque a votação para presidente do Senado é secreta, em cédula de papel, e o senador não é obrigado a revelar seu voto, o que pode gerar muitas traições mesmo dentro de bancadas. As principais apostas de Marinho são votos de bancadas divididas, como as do União Brasil (10), Podemos (5) e PSDB (3). Dentro do União Brasil, Marinho deve levar ao menos quatro votos.
Declararam apoio à reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
PSD: 14 senadores
MDB: 10 senadores
PT: 9 senadores
PDT: 3 senadores
PSB: 2 senadores
Cidadania: 1 senador
Rede: 1 senador
Declararam apoio ao senador Rogério Marinho (PL-RN):
PL: 13 senadores;
PP: 6 senadores;
Republicanos: 4 senadores.
Ainda não se posicionaram:
União Brasil: 10 senadores;
Podemos: 5 senadores;
PSDB: 3 senadores.