Por Carol Ribeiro
Em meio aos bastidores que antecedem as eleições de 2026, a presidente estadual do PT, Samanda Alves, comenta os nomes possíveis que podem se integrar ao projeto do sistema governista nas composições de chapas. À majoritária, por exemplo, ao comentar as articulações para a segunda vaga ao Senado na chapa de Fátima Bezerra, afirmou que Carlos Eduardo “não está descartado”, nas palavras da vereadora.
O ex-prefeito de Natal, que foi aliado de Fátima em 2022, e se afastou em 2024, chegou a conversar com o MDB, que compõe a base. “Carlos Eduardo não está descartado, é uma das pessoas que se colocam à disposição, embora seja uma figura do nosso campo, já conversamos com ele”, afirmou em entrevista ao Repórter 98, da 98 FM.
Samanda evitou nomes definitivos, mas fez questão de sinalizar que as decisões não serão exclusivas do PT. “Já temos alguns nomes em mente, mas não é uma decisão só do partido. São oito siglas envolvidas. É uma eleição diferente, envolve matemática e articulações amplas”, justificou.
A presidente do PT rebateu rumores sobre vetos a novas filiações. Ela classificou como “intriga da oposição” as especulações de que o PT, através de lideranças internas, teria barrado o ingresso de nomes como a vereadora Thabatta Pimenta (PSOL).
“Vivemos uma nova gestão. Eu desconheço qualquer veto. O diálogo de Thabatta é com a Federação, não com o PT. Ela nunca procurou o PT para se filiar, e nunca houve veto. Pelo contrário, ela pode estar conosco, talvez pelo PV”, afirmou Samanda, tentando conter ruídos sobre supostos fechamentos do partido a nomes que poderiam disputar espaço na chapa proporcional. Thabatta vem conversando com partidos, incluindo PV e o próprio PSOL, para se candidatar a deputada federal, Senado ou Governo.
Já sobre a nominata à Câmara dos Deputados, Samanda afirma que o PT “vai surpreender”. Ela confirmou que é pré-candidata a deputada federal, ao lado de Natália Bonavides – “que vai para a reeleição”, Odon Júnior, “que também está no debate”, o secretário Alexandre Motta e Brisa Bracchi, todos do PT.
A possível chegada de Thabatta Pimenta à federação, composta por PT, PV e PCdoB, e o diálogo aberto com Jean Paul Prates, considerado também no PV, indicam, segundo ela, unidade no diálogo para as nominatas. “O importante é que estamos caminhando juntos”, complementa a presidente.
Ao ser questionada sobre a aproximação da senadora Zenaide Maia (PSD), da base do PT, com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), a quem classificou como “de extrema-direita”, a petista optou por um tom pragmático: “As pessoas têm direito a articulações pragmáticas. A política pede isso. A senadora é líder do governo Lula no Senado e sabe que está dialogando com um gestor de direita. Quem acompanha Mossoró sabe disso: Allyson nunca defendeu o governo Lula, nunca dialogou com a governadora do Estado, um convite institucional é feito e ele não participa dos eventos”.
Sobre a possibilidade do Governo trazer Allyson para a base, através da senadora, Samanda aponta: “A política nos diz que isso não é possível. Mas, se ele quiser apoiar nossa pré-candidatura de Cadu Xavier, será bem-vindo, já que temos uma pré-candidatura bem colocada”.
A presidente do partido de Fátima reafirmou a parceria com o MDB do vice e futuro governador Walter Alves. “Nós estamos e estaremos juntos. A federação com o MDB permanece e está cada vez mais forte. Mas o próprio Walter tem dito que não será candidato ao governo”, ponderou.