Uma semana após virar alvo de uma investigação da Polícia Federal, em uma operação que tem o objetivo de reprimir e desarticular uma organização criminosa, Renato Cariani resolveu detalhar novos fatos da investigação. Na segunda-feira (18/12), o empresário prestou seu primeiro depoimento à corporação.
Em seu canal no YouTube, Cariani falou sobre os esclarecimentos e aproveitou para comentar alguns pontos novos que foram revelados por uma matéria do Fantástico, no último domingo (17/12).
“Ontem [segunda-feira, 18/12] eu prestei meu depoimento e, apesar de depois de 6 dias apenas da minha intimação, fiz meus esclarecimentos. Não tive acesso ainda a toda a documentação, mas fui de peito. Todas as perguntas do delegado foram respondidas. Saí de lá muito leve. E agora toda essa investigação prossegue como tem que prosseguir”, começou ele.
E continuou: “Não é um processo ainda, está na fase de investigação pra apurar os fatos e as responsabilidades. A polícia está investigando todas as pessoas que estão de alguma forma envolvida, como a empresa da qual eu sou sócio”.
Em seguida, Renato Cariani explicou sobre as transações do produto químico: “A Anidrol vendeu tricloroetileno para uma pessoa jurídica, para uma empresa. Esse cara era quem retirava o produto. Esse cidadão foi preso e ele explica retirava os produtos químicos na Anidrol”, analisando parte da matéria, que cita um homem preso.
Renato Cariani aproveitou para contar como a substância é usada: “Vocês sabem o que é o tricloroetileno? Ele serve para três coisas: saneante, produto de limpeza; fundente de plástico, pra selar plástico, como unir um cano a outro; e cola para a indústria de sapatos”.
O empresário afirmou, ainda, que não há qualquer controle da Polícia Federal sobre a comercialização do produto: “No território nacional, o tricloroetileno não exerce controle por parte da Polícia Federal. Então, raciocina comigo: uma empresa de calçados, comprando um produto que não é controlado em quantidades pequenas, as notas dela eram, em média, R$ 2 mil, R$ 2,5 mil, dentro de uma empresa que fatura mil notas por mês. Você acha que um dos nossos 6 vendedores ia se atentar que ele tava usando isso pra fins ilícitos? Se ele não é controlado”.
E fez um questionamento: “A pergunta é: se esse produto pode ser usado para fins ilícitos, por que ele não tá no controle, por que ele não tá na lista?”, pontuou ele.
Ao falar sobre a embalagem do produto de sua empresa na casa de um dos investigados, mostrada pela matéria do Fantástico, Renato rebateu: “Tem sentido uma empresa colocar seu rótulo, sua embalagem original, se os sócios tivessem ciência que esse produto seria para produção de entorpecentes? Eu acho que minimamente, um cidadão que tem essa intenção não colocaria o rótulo dela na embalagem. Gente, raciocina. Minha empresa está, literalmente, vítima dessa situação”, declarou.
Ele ainda comparou sua situação com a de uma farmácia, que vendeu um antibiótico com receita controlada, mas a medicação foi parar nas mãos de outra pessoa: “Da porta de minha indústria pra fora, eu não controlo o produto. Controlo da porta pra dentro. Como? Solicitando licença, colocando lote no produto pra ter rastreabilidade, rótulo original, embalagem original. Uma série de fatores que faz com que, caso haja alguma fraude, o produto tenha rastreabilidade”, enumerou.
No fim, ele voltou a falar das investigações e garantiu que retornaria ao canal caso aparecessem novidades: “Uma das empresas da qual eu sou sócio é uma indústria química e está sendo investigada, como outras no Paraná, em Minas e outros lugares, porque alguém clonou empresas e com o intuito de desviar produto químico para fabricação de drogas. E não comprou só da Anidrol”, encerrou.
Fonte: Metrópoles