Os preços das hortaliças mais consumidas nos principais mercados atacadistas do país registraram queda. Alface, batata, cebola, cenoura e tomate ficaram mais baratos em setembro, quando comparados com os valores praticados em agosto. A maior queda foi verificada para a alface, com redução de 16,01% na média ponderada das cotações, explicada pela boa oferta da folhosa nos mercados. É o que mostra o 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira (21/10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Cebola – Para a cebola, o movimento de queda nos preços seguiu firme em setembro, dando continuidade à trajetória descendente iniciada em junho deste ano. No mês passado, o preço médio ponderado apresentou retração de 14,8%, com recuo registrado em todas as Ceasas analisadas no Boletim. O atual cenário de preços baixos é resultado direto de uma oferta abundante.
Batata – A quantidade elevada de batata nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas também explica a nova queda nas cotações do produto, consolidando o quarto mês consecutivo de preços mais baixos. De acordo com a média ponderada das Ceasas que compõem o Boletim, a redução em setembro foi de 10,4% em relação a agosto.
Tomate – No caso do tomate, o comportamento de queda de preços não foi unânime. A Conab verificou, por exemplo, desvalorização de 37,88% nas cotações em Vitória e valorização de 46,91% em Goiânia. Do lado da oferta, setembro registrou uma redução de 3,6%. No entanto, essa queda, de baixa intensidade, não foi suficiente para fazer o preço subir na maioria das Ceasas. Com isso, na média ponderada os preços caíram 5,76%.
Cenoura – Cenário semelhante foi verificado para a cenoura. Em setembro não houve tendência definida do movimento do preço nas Ceasas, e na média ponderada, as cotações desceram 4,71% em relação à média de agosto. Um dos fatores que pressionaram os preços em setembro foi a redução da oferta em Minas Gerais, principal produtor nacional. A queda na produção mineira em relação a agosto pode gerar aumento da demanda por produtos de outras regiões, intensificando a pressão sobre os preços.
Frutas
Dentre as frutas analisadas pela Companhia, os preços da melancia seguiram o comportamento registrado pelas hortaliças com queda na média ponderada de 10,29%.A redução foi registrada mesmo com a elevação da demanda causada pelas temperaturas elevadas diante da boa oferta da fruta nos mercados.
Já para banana, laranja, maçã e mamão o movimento preponderante foi de alta. No caso da maçã, setembro foi marcado por oscilações na comercialização e leve alta de preços na média ponderada, em torno de 1,38%, impulsionada pelo aumento da demanda pelo produto no início do mês. Para o mercado da banana, as cotações subiram na média ponderada em 6,56%. Já a comercialização da fruta oscilou entre os entrepostos atacadistas analisados, puxadas pela maior produção da variedade prata explicada pelas temperaturas mais elevadas que provocaram o amadurecimento em praças baianas e mineiras. No mercado da banana-nanica a oferta se mostrou mais limitada nas principais praças produtoras, como as regiões do Vale do Ribeira (SP) e norte catarinense.
Os preços da laranja também apresentaram tendência de alta em diversas Ceasas. Na média ponderada as cotações subiram 7,9%, mesmo diante do aumento da oferta da fruta, impulsionado pela intensificação da colheita em várias regiões produtoras. Por outro lado, a demanda também cresceu, favorecida pela elevação das temperaturas, o que ajudou a equilibrar o aumento da oferta no varejo.
A maior alta foi verificada para o mamão. No início do mês a demanda esteve bastante aquecida, o que acabou por impulsionar as vendas de ambas as variedades de mamão, mesmo que os preços já estivessem em patamares elevados, num contexto em que a oferta já estava restrita e as frutas tivessem apresentado boa qualidade. No entanto, no segundo decêndio do mês, a oferta aumentou com a elevação das temperaturas (principalmente da variedade papaya), o que acabou por estabilizar as cotações e até mesmo provocar queda em algumas centrais de abastecimento. Mesmo com a queda registrada em parte do mês, na média mensal o fechamento apontou elevação na média ponderada de 12,72% em setembro em comparação com agosto.
Exportações
De janeiro a setembro deste ano, o volume total enviado ao exterior foi de 853,2 mil toneladas, alta de 28% em relação ao meios período de 2024, e o faturamento foi de US$ 994,42 milhões (FOB), 15% superior em relação aos nove primeiros meses do ano passado. Com a implementação das tarifas implementadas pelo governo dos Estados Unidos a alguns produtos brasileiros, muitas previsões apontavam que as vendas totais poderiam cair com maior intensidade, o que não tem ocorrido até o momento, o que demonstra que o setor no conjunto reagiu bem às instabilidades externas, com alguns mercados específicos demandando mais atenção, como de manga e uva.
Destaque
Nesta edição do Boletim Prohort, a seção Destaques das Ceasas aborda a questão do tratamento e do gerenciamento dos resíduos sólidos gerados em seus processos de comercialização dos gêneros alimentícios, de forma a apoiar a agricultura regenerativa, a sustentabilidade ambiental e a segurança alimentar.
Os dados estatísticos do Boletim Prohort da Conab são levantados nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo e Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Curitiba (PR), São José (SC), Goiânia (GO), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Rio Branco (AC) que, em conjunto, comercializam grande parte dos hortigranjeiros consumidos pela população brasileira. As informações completas sobre a comercialização das principais frutas e hortaliças no mês de setembro deste ano podem ser acessadas no 10º Boletim Hortigranjeiro 2025, disponível no Portal da Conab .