“A reunião foi sobre os planos de investimento, projetos e obras já aprovados, com os quais a estatal brasileira de energia vai contribuir para a estabilidade econômica, atração de mais investimentos, geração de emprego e combate às desigualdades no Brasil”, afirmou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ao falar sobre a reunião da diretoria executiva da Petrobras com o presidente Lula (PT), nesta terça-feira (1º). Prates tem enfrentado um “processo de fritura” interno e chegou a afirmar que sua gestão tem sido alvo de uma “campanha de desestabilização”.
As críticas à atuação de Jean Paul no comando da estatal começaram há algumas semanas, de dentro do próprio Partido dos Trabalhadores. Uma ala não contente com ele tem tentado criar atritos entre o presidente da companhia e Lula, com o objetivo de tirá-lo do posto, conforme informações de bastidores. A situação é tão “gritante” que chamou a atenção da mídia nacional e de políticos experientes, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-deputado federal Henrique Alves (PSB).
Sem citar nomes ou dados que favoreçam o reconhecimento dos “descontentes” com Jean Paul, o ex-deputado publicou frase enigmática em sua rede social, neste fim de semana. “Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, tão festejado aqui quando escolhido e empossado, hoje tem forte oposição de lideranças do seu PT! Começando em casa… por aqui! Quem diria… fogo superamigo. Ou chama amiga”.
Paralelo à “fritura”, o presidente da companhia agendou a reunião desta terça com o presidente Lula e os ministros da Casa Civil e de Minas e Energia, Rui Costa e Alexandre Silveira, e o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Mendes. O encontro durou cerca de duas horas e, segundo Jean Paul, teve um resultado positivo e construtivo.
“Tivemos uma reunião longa e excelente, em que não falamos de preços de combustíveis. Levei a Diretoria Executiva toda para expor os planos de investimento e operações em curso, área por área. Uma panorâmica geral aos seis meses de gestão. O presidente se mostrou muito satisfeito e falou da importância que vê na Petrobras como impulsionadora da Transição Energética Justa, tanto para o Brasil quanto para a América Latina”, explicou Jean, em entrevista ao O Globo.
O presidente da Petrobras afirmou que, por ora, a companhia não pretende reajustar os preços dos combustíveis no país e que a atual defasagem é referente à volatilidade do preço do petróleo, ou seja, não faria sentido repassar o reajuste para os consumidores brasileiros no momento. “Não vou aumentar agora (o preço), estamos confortáveis com essa volatilidade. Se o preço se estabelecer em outro patamar, vamos ponderar e fazer o reajuste necessário”, disse.
A companhia teve sua política de preços modificada em maio passado. Antes, era baseada no Preço de Paridade de Importação (PPI), estabelecido em 2016 pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) e que seguia a cotação do petróleo e seus derivados, o câmbio do dólar e os custos de importação. Agora, com a adoção da nova estratégia comercial, o valor marginal para a Petrobras e os custos para os clientes.