Prática que passa de geração em geração, a agricultura fomenta a economia de comunidades e associações e, aqui no RN, recebe subsídios do Projeto Integrado de Desenvolvimento Sustentável, por meio do Governo Cidadão.
No município de Extremoz, a Associação dos Agricultores Familiares da Comunidade Campinas (AFCC) atua desde 2015 na produção de acerola, banana, manga, graviola e coco, consorciada com a produção de culturas de ciclo curto, como milho, feijão, jerimum e melancia, em uma área de 20 hectares.
Karina Figueiredo, presidente da AFCC, conta que a associação beneficia diretamente mais de 15 pessoas da comunidade: “Aqui (na associação) nós temos pelo menos 16 pessoas que são beneficiadas diretamente, sendo a maioria de mulheres – são 09 mulheres e 07 homens -, além de incluir muitos jovens”.
A AFCC foi contemplada com um investimento de R$667 mil, através de edital do Governo Cidadão, para construção de uma fábrica de polpa de frutas, adquirindo os equipamentos e um veículo para auxiliar no processo de desenvolvimento dessa Agroindústria.
A presidente da associação conta que os beneficiados também passaram por capacitação do Sebrae para que pudesse dar esse novo passo no desenvolvimento da comunidade: “Quando fomos contemplados com o edital, não tínhamos experiência, então buscamos comprar os materiais mais adequados, a capacitação dos nossos colaboradores na área de gestão, no manuseio dos materiais. É um novo momento para todos nós”.
Gabriela Flores, jovem colaborada da associação e moradora da comunidade Campinas, foi uma das pessoas que receberam o curso de capacitação, está atuando na parte administrativa da fábrica. “Sou moradora aqui da comunidade e minha vida mudou. Agora ficarei na parte administrativa, acompanhando os processos. Sou bolsista da Emater, mas eu faço parte do campo e sempre tivemos a promessa dessa fábrica e agora está se realizando. É uma oportunidade única, mostrar que nossa comunidade tem potencial e que conseguimos fazer o diferencial”, afirma Gabriela.
Karina lembra que antes levava as frutas e demais produtos para fabricar as polpas no estado da Paraíba e agora vai conseguir produzir na própria comunidade: “Antes eu levava todo material para fabricar lá na Paraíba, o que gerava um grande custo. Recebemos, em média, mil caixas de frutas por semana. Goiaba, acerola, caju, tudo e agora vai ser feito o processo aqui”.
Com a obra concluída, a indústria equipada e dentro dos padrões sanitários vigentes, o grupo está aguardando a liberação do Certificado (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA para poder entrar em funcionamento e acessar o mercado.
Já no município de Maxaranguape, o Projeto de Assentamento Nova Vida II foi beneficiado pelo edital do Governo Cidadão, com um orçamento de R$459 mil, beneficiando diretamente 10 famílias da comunidade que vivem da fruticultura irrigada.
O grupo foi beneficiado com a perfuração e instalação de um poço tubular, aquisição de sistema de irrigação, um trator, instalação de uma packing house para embalagem das frutas e contratação de assistência técnica especializada. Os equipamentos promovem a irrigação de 10 hectares de frutas, resultando na ampliação da área de produção e introdução de novas culturas.
Além da plantação de manga, banana, acerola e graviola, com todas as melhorias viabilizadas pelo investimento, com a chegada do moderno sistema de irrigação, os agricultores familiares passaram a plantar, também, jerimum e macaxeira, contribuindo para melhorar a renda das famílias com a venda do excedente. Além disso, os beneficiários passaram por capacitações na área de produção de alimentos, em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Aurino Batista, presidente da Comunidade, contou que tudo mudou que a comunidade saiu do zero para ter uma melhor condição: “Olha não tem nem como dimensionar o tamanho da mudança, porque aqui era tudo do zero, não tinha nada. Mudou da água para o vinho!
Principalmente com a chegada da energia solar, antes pagávamos em média R$2500 a R$3000 de energia e hoje pagamos só a taxa da rede, R$140”.
O presidente explicou ainda que com esse incremento na produção está sendo possível aumentar as vendas não só nas feiras, mas atender outras demandas: “Nossa produção conseguiu aumentar muito. Hoje, nós vendemos para a feira, já atendemos o PNAI, até mesmo supermercados e queremos crescer ainda mais e poder ajudar nossa comunidade”.