Hytalo Santos e o marido dele, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, foram transferidos na tarde desta segunda-feira (18) da cadeia pública de Carapicuíba, na Grande São Paulo, para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste da capital. Hytalo deixou o local chorando.
O casal de influenciadores havia sido detido na sexta-feira (15) em Carapicuíba pela Polícia Civil paulista em cumprimento a um mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça da Paraíba. Hytalo e Israel estavam presos na carceragem do 1º Distrito Policial (DP) de Carapicuíba.
Os dois chegaram ao CDP I de Pinheiros por volta das 15h50 desta segunda. A informação foi confirmada pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
O CDP I custodia exclusivamente presos provisórios envolvidos em crimes contra a dignidade sexual. O complexo de Pinheiros só abriga presos provisórios, isto é, que aguardam julgamento ou estão em fase inicial do cumprimento de pena.
Hytalo e Israel são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por exploração e exposição de menores de idade e tráfico humano em conteúdos produzidos para as redes sociais.
No sábado (16), a Justiça da Paraíba negou pedido de liberdade feito pela defesa de Hytalo e Israel. Apesar de o casal já ser investigado há alguns anos pelos mesmos crimes, as prisões deles só ocorreram após a repercussão de um vídeo de 50 minutos, postado na semana passada, por Felca na internet.
Felca também é influenciador. Ele mostrou como Hytalo e outros influenciadores exploravam, erotizavam e adultizavam crianças e adolescentes com a produção de vídeos para as redes sociais. Eles ficavam hospedados numa mansão comprada por Hytalo na Paraíba.
Em entrevista neste domingo (17) ao Fantástico, Felca contou que levou um ano para fazer o levantamento de páginas com conteúdo. Após a repercussão do vídeo do influenciador, Hytalo e o marido deixaram o imóvel e viajaram de carro até Carapicuíba, onde alugaram o local.
A Justiça na Paraíba entendeu que a viagem era uma tentativa de fuga e atendeu pedido do MP para decretar as prisões. Ela também derrubou as redes sociais dos investigados.
Procurada para comentar o assunto, a defesa do casal, feita pelo advogado Felipe Cassimiro, classificou a decisão de prender seus clientes como “ilegal”.
Felca ainda contou que passou a receber ameaças de morte pelas redes sociais após as denúncias. Procurada para comentar o assunto, a SSP informou que a polícia de São Paulo pode investigar essas ameaças, mas que a vítima precisa fazer uma representação dela em alguma delegacia _o que não ocorreu até a última atualização desta reportagem.
A Justiça de São Paulo aceitou pedido dos advogados de Felca e determinou que o Google quebre o sigilo de dados de uma conta de e-mail que enviou as ameaças ao influenciador.
*Com informações de G1