A tentativa de golpe de Estado cometida pelos terroristas bolsonaristas na Praça dos Três Poderes pode comprometer seriamente a candidatura do senador eleito pelo Rio Grande do Norte, Rogério Marinho (PL), à Presidência do Senado Federal. Eleito na esteira do bolsonarismo raiz e tendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como seu principal cabo eleitoral e mestre político, Rogério vê, aterrorizado, crescer o temor de aliados e congressistas em o elegerem presidente da Casa, conforme o jornalista Lauro Jardim, do O Globo.

O medo de Rogério Marinho em ver sua candidatura naufragar é tão clara que ainda na noite de domingo (8), ele correu às redes sociais para dizer que não aceita os atos terroristas cometidos pelos golpistas bolsonaristas, que invadiram e destuíram as sedes dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.
“Repudio os atos de vandalismo em Brasília. A democracia não admite a depredação e a barbárie. Essas ações terminam justificando o injustificável, ou seja, causarão o recrudescimento de medidas excepcionais que relativizam a constituição e atacam liberdades individuais”, disse.
Ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro, ele segue candidato à Presidência do Senado e conta com o apoio da cúpula do Partido Liberal, em especial do presidente Waldemar Costa Neto, que tem espalhado aos quatro ventos que Rogério tem capacidade de proteger os aliados em eventuais excessos do Judiciário, conforme Lauro Jardim.
O colunista disse ainda que o bolsonarista potiguar poderá ter mais um adversário à altura, que, neste caso, é o senador Renan Calheiros (MDB), considerado por boa parte dos senadores na ativa como um presidente que protege os companheiros, quando necessário. Presidente do Senado quatro vezes, Renan disse que trabalha pela extradição de Bolsonaro e pela expulsão de Ibaneis Rocha do partido.
Já Rodrigo Pacheco segue como favorito à reeleição da Presidência e conta com o apoio da maioria dos senadores. Ele afirmou que manterá a bandeira de que a o Senado precisa de um presidente com perfil conciliador.
Para ser eleito, Rogério precisa ter a maioria absoluta dos votos, ou seja, 41 votos dos 81 parlamentares que compõem o Senado. E, nesse trabalho de convencimento e conquista de votos, se comprometeu, entre outras coisas, a reconhecer as decisões que forem tomadas pela maioria na Casa; colocar as iniciativas que vierem do governo Lula dentro do trâmite normal do Senado e conversar com atores políticos que tenham os mesmos propósitos que ele.