“O grande problema é que fica a impressão para mim, para algumas pessoas, que tem um segmento da sociedade, eu não estou a generalizar, e tem um segmento na oposição também, que não quer encarar esse debate com a seriedade e a profundidade que ele merece apenas pelo desejo de fazer a oposição pela oposição e mergulhar o Estado no quanto pior melhor, porque daqui a dois anos tem eleição de novo”, analisa o líder do Governo na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Francisco do PT, sobre a abordagem da oposição em relação ao Projeto do Executivo de aumento da alíquota do ICMS em 20%. A declaração foi dada em entrevista no Jornal da Manhã, na Jovem Pan Natal, nesta quarta-feira (13).
O deputado reconhece que “tem um segmento da sociedade que quer discutir esse assunto da alíquota do ICMS e outras questões com profundidade para encontrar o equilíbrio. Eu reconheço que tem. Inclusive até oferecendo propostas, falando num pacto, num diálogo entre todos os Poderes, todos os segmentos da sociedade, mas tem um segmento que faz esse debate apenas pensando em 2026. Isso é irresponsabilidade”, complementou.
O parlamentar reforça o interesse político dos colegas parlamentares sobre o tema. “Tem deputado que já foi a favor de aumento do imposto do Rio Grande do Norte em 2015, porque o Governo não era Fátima, o governo era outro, era de outro partido. Isso faz parte do jogo democrático e viva a democracia. As pessoas que antes eram a favor do aumento de imposto, agora podem ser contra, né?”, lembra.
Francisco complementa a crítica aos colegas: “Quer ver outra coisa importante? Todo mundo que acusa o Governo de gastar mal não diz aonde é que gasta mal. Geralmente há um discurso meio velado que esse ‘gasta mal’ é com os servidores públicos. O Governo é um Governo que só quer arrecadar para pagar os servidores públicos. Faz dois anos que a maior parte dos servidores públicos do Rio Grande do Norte não tem reajuste de nada”, justifica ele, mostrando a necessidade de aumentar a arrecadação.
O líder do PT ressalta que “se a situação fiscal e financeira do Rio Grande do Norte se comprometeu novamente, não foi o governo da professora Fátima quem criou isso”.
“Aliás, vamos comparar o Rio Grande do Norte agora com o Governo Fátima, com os Governos passados. Tem gente que não quer que compare com o passado, mas nós vamos comparar com o futuro é? Quando Fátima pegou o Rio Grande do Norte, o limite de pessoal de 64% chegou a 50%, ela conseguiu baixar. Quando ela pegou o Governo do Estado com quatro folhas de salário atrasadas, botou em dia. As estradas todas esburacadas hoje nós temos 800 quilômetros de estradas sendo feitas, com recurso de empréstimos do PEF, mas estão sendo feitas. Então tem problemas? Tem, mas tem uma série de avanços”, analisa Francisco.
A necessidade do retorno da alíquota do ICMS para 20%, reforça o deputado, tem relação direta com a Reforma Tributária, que está tramitando no Congresso Nacional. “O IBS, que é o imposto que vai ser criado com a Reforma Tributária, vai ser repartido durante quase 50 anos com base na média da receita que nós estamos vivendo hoje. Manter o Rio Grande do Norte nessa situação significa penalizar o Estado e os Municípios potiguares quase 50 anos para frente e não querem discutir isso”, complementa.