Líder nacional em potência instalada com 261 usinas eólicas e mais de 2,8 mil turbinas eólicas em funcionamento, o Rio Grande do Norte reforçou a parceria com as duas maiores empresas de energias renováveis do mundo para a produção de energia eólica offshore no Estado. Nesta terça-feira (12), a governadora Fátima Bezerra assinou o aditivo do memorando de cooperação mútua com a Ocean Winds e o memorando de entendimento com a Neoenergia, durante a 14ª edição do Brazil Windpower 2023, que está sendo realizado em São Paulo, com o tema “política industrial verde e transição energética justa: o protagonismo brasileiro”.
“Quando falamos de energia renovável, também estamos falando de desenvolvimento socioeconômico, soberania e qualidade de vida com uma dimensão de classe, étnica e de gênero. O Rio Grande do Norte tem uma produção de 8,4 GW, estamos com projetos contratados da ordem de mais de R$ 30 milhões. Além disso, estão em fase de construção 45 novos parques e a expectativa é que em 2026, o RN atinja 13,4 GW”, afirmou Fátima.
A governadora disse que o Estado celebrará uma década como líder de produção de energia eólica no Brasil em 2024 e destacou que o RN tem focado no planejamento estratégico, olhando para a necessidade não só de dar continuidade, mas de dar expansão ao setor das energias renováveis, sejam elas eólica, solar, biomassa e hídrica.
“Os gestores do Nordeste estão muito antenados. Partindo de uma realidade objetiva, que é o protagonismo que o Brasil representa no ranking a nível mundial, do contexto das energias renováveis e da transição energética. E dentro desse contexto, o Nordeste está no centro dessa agenda, porque vem do Nordeste a principal base da transição energética que se faz necessária hoje no Brasil e no mundo, que é o sol, o vento e o mar”, disse.
Fátima afirmou ainda que os gestores nordestinos informaram ao governo federal a realização de novos leilões para a transmissão do escoamento da energia e a prorrogação adequada das medidas tributárias. “A gestão federal reiterou, hoje, o compromisso, que para nós é irrenunciável, porque o Nordeste não pode abrir mão de maneira nenhuma desses investimentos. Agora, dentro desse contexto, olhando para a diversificação da matriz energética, o offshore, os estados do Nordeste estão se preparando”.
CONTRATOS
Referente ao aditivo com a Ocean Winds, a gestora afirmou que a parceria se alinha com os objetivos regionais de aumentar a segurança energética e o avanço do setor no Rio Grande do Norte, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento econômico e oportunidades de emprego para a população. E que, como a costa do RN é privilegiada para o aproveitamento da energia eólica offshore, a empresa busca a licença para o próximo projeto do Rio Grande do Norte, o Maral (2 GW).
Já a assinatura com a Neoenergia envolve o desenvolvimento de estudos para projetos offshore, além de apoio e logística para a infraestrutura portuária focado principalmente na cadeia industrial e cadeia de valor. Segundo Fátima, faz parte de uma sequência de desdobramentos de conversas e de reuniões com a companhia.
“Sempre foi nossa intenção manter o Estado na liderança brasileira na produção de energia limpa, e isso se dará através de interesses mútuos como, por exemplo, o que tem demonstrado o Grupo Neoenergia por meio de troca de informações e missões técnicas envolvendo as equipes empresa e as do governo do RN. Portanto, daremos segmento a essas conversas, sobretudo para o desenvolvimento de projetos offshore, além de apoio logístico para a infraestrutura portuária”, explicou a gestora.
Em sua fala, Fátima destacou a importância da realização de novos leilões de linhas de transmissão para escoamento da energia e a prorrogação adequada das medidas tributárias, proposta que está em curso no governo federal. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, com quem ele se encontrou no evento, reiterou o compromisso nesse sentido.
POLO INDÚSTRIA VERDE
Fátima Bezerra destacou o fato do RN ter desenvolvido o projeto do Polo Indústria Verde, o primeiro do Brasil originalmente para a produção do Hidrogênio Verde e seus derivados, ainda em seu primeiro mandato. E classificou este como o “maior desafio da nossa geração”.
“São três agendas imprescindíveis para consolidar o Brasil no papel da vanguarda no contexto da transição energética. O primeiro é a aprovação marco regulatório, em diálogo com o governo, com o setor produtivo e sociedade. A outra agenda é discutir o contexto da reforma tributária. É um debate que se faz necessário de forma justa e sensata. E, por fim, a transição precisa passar pelo crivo da transição justa energética”, ressaltou.