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    ENCONTRO COM A POESIA: MANUEL BANDEIRA

    Por Horácio Paiva
    18/01/2024, 08:07 Artigos
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    Ainda conservo, carinhosamente, uma edição antiga de poemas de Manuel Bandeira reunidos em antologia (a sétima que fez) e que adquiri em 30 de setembro de 1961 (a data, escrevi-a na primeira página do livro), aos 16 anos de idade. Foi um “alumbramento” estético, quase o mesmo que ainda sinto, hoje, quando o releio. Dos brasileiros, é seguramente um de meus poetas preferidos. Naquele ano de 1961, morava com uma tia, no bairro do Alecrim, em Natal, e lia muito Manuel Bandeira e Garcia Lorca. O meu primeiro poema publicado (no jornal “O Nacionalista”, de Macau), intitulado “Tempo”, também é daquele ano. Mas conhecia o grande Bandeira de bem antes. O meu contato inicial com ele deu-se provavelmente em 1957, ao ler alguns de seus poemas num caderno de notas de meu irmão Graziani.

    Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (este o seu nome completo) nasceu no dia 19 de abril de 1886, no Recife, e faleceu, aos 82 anos, no Rio de Janeiro, em 13 de outubro de 1968.

    Manuel Bandeira, poeta de grande lirismo e ternura, dissera em um de seus poemas (“Testamento”): “Criou-me, desde eu menino,/ Para arquiteto meu pai./ Foi-se-me um dia a saúde…/ Fiz-me arquiteto? Não pude!/ Sou poeta menor, perdoai!” Naturalmente, empregara a expressão “poeta menor” não apenas por modéstia, mas por ser um poeta essencialmente lírico, não afeito, literariamente, ao mundo político, à poesia trágica, engajada ou social (usava, nesse sentido, uma distinção, por gênero, estabelecida pelos antigos). Com efeito, diz em seu “Itinerário de Pasárgada”: “Tomei consciência de que era poeta menor; que me estaria para sempre fechado o mundo das grandes abstrações generosas; que não havia em mim aquela espécie de cadinho onde, pelo calor do sentimento, as emoções maiores se transmudam em emoções estéticas: o metal precioso eu teria que sacá-lo a duras penas, ou melhor, a duras esperas, do pobre minério das minhas pequenas dores e ainda menores alegrias.”

    Escolhi o poema “Profundamente” (de seu quarto livro, “Libertinagem”, publicado em 1930) para representá-lo, dentre tantas outras expressivas obras de sua autoria. O conteúdo existencial, nostálgico, evocativo, presente nesse belo poema, caracteriza o conjunto de sua obra, que se reveste, afinal, de tênue melancolia, reflexo provável de seu constante diálogo com a morte. Com ela flertara muito cedo, ainda jovem, em função de sua frágil saúde, abalada pela tuberculose. Uma curiosidade: quase à mesma época em que o li, tive também acesso a outro grande poeta, o americano Edgar Lee Masters, através de seu igualmente belo poema “A Colina” (“The Hill”), de abordagem lírica semelhante à de Bandeira, embora publicado quinze anos antes, em 1915.
    MANUEL BANDEIRA (n. 19/04/1886, Recife; m. 13/10/1968, Rio de Janeiro):

    PROFUNDAMENTE

    Quando ontem adormeci
    Na noite de São João
    Havia alegria e rumor
    Estrondos de bombas luzes de Bengala
    Vozes cantigas e risos
    Ao pé das fogueiras acesas.
    No meio da noite despertei
    Não ouvi mais vozes nem risos
    Apenas balões
    Passavam errantes
    Silenciosamente
    Apenas de vez em quando
    O ruído de um bonde
    Cortava o silêncio
    Como um túnel.
    Onde estavam os que há pouco
    Dançavam
    Cantavam
    E riam
    Ao pé das fogueiras acesas?

    Estavam todos dormindo
    Estavam todos deitados
    Dormindo
    Profundamente.
    *
    Quando eu tinha seis anos
    Não pude ver o fim da festa de São João
    Porque adormeci

    Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
    Minha avó
    Meu avô
    Totônio Rodrigues
    Tomásia
    Rosa
    Onde estão todos eles?

    Estão todos dormindo
    Estão todos deitados
    Dormindo
    Profundamente.

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