A ODISSEIA DO PRO-TRANSPORTE EM NATAL
Em uma capital que se gaba por seu sol e praias, a Zona Norte de Natal vive à sombra de um pesadelo urbano que já dura quase duas décadas. O PRO-TRANSPORTE, projeto concebido para ser a redenção da mobilidade em uma região com mais de 400 mil habitantes, transformou-se em um monumento à ineficiência e ao descaso, uma odisseia de atrasos que sangra o cotidiano dos potiguares.
Idealizado em 2005 e com contratos iniciais firmados em 2006, o projeto — que prevê a construção de corredores e melhorias viárias para escoar o transporte — viu seu cronograma se esfarelar. O que começou como uma promessa de R$ 72,8 milhões já custa hoje mais de R$ 100 milhões, um rombo financeiro justificado por sucessivos atrasos, alterações e a famigerada burocracia. Em 2013, o bastão da gestão foi passado da Prefeitura para o Governo do Estado, mas a lentidão, infelizmente, persistiu.
Os resultados práticos foram devastadores: a população, de motoristas a comerciantes e moradores, viu suas vidas transformadas em um canteiro de obras interminável. Obras que deveriam ser a solução viraram a fonte do problema, com transtornos de trânsito e a dolorosa necessidade de desapropriações que se arrastaram por anos. Há quem tenha tido que desocupar seus negócios e hoje assiste à lenta evolução do que deveria ter sido concluído.
No entanto, em meio a essa crônica de descaso, um sopro de cauteloso otimismo surge no horizonte. O Governo do Estado tem sinalizado para a entrega da segunda etapa do projeto em dezembro de 2025, com um investimento atual de R$ 23 milhões. Finalmente detalhando as ações, a obra avança nas Avenidas Moema Tinoco, Tocantínia e Fronteiras. A chamada Meta 2 contempla a duplicação de 1,5 km da Av. Moema Tinoco, enquanto a Meta 2B foca nas intervenções da Av. Tocantínea, no acesso ao Ginásio Nélio Dias e na construção da alça “D” do Viaduto das Fronteiras. Além disso, a licitação da terceira etapa, um crucial corredor urbano de ônibus na Av. das Fronteiras, já está prevista, com R$ 33 milhões assegurados via PAC-3. Estes movimentos recentes indicam uma tentativa de dar um fim à paralisia.
Mas os avanços recentes não apagam o rastro de frustração deixado por anos de abandono. A narrativa de “dificuldades” e “pendências” serve de cortina de fumaça para o que parece ser uma chocante falta de prioridade. O fato de um projeto vital para a infraestrutura de uma capital arrastar-se por quase 20 anos, trocando de gestão e de orçamento, é a prova cabal da desconexão entre as autoridades federais e estaduais, que detêm os recursos, e a urgência da população. O PRO-TRANSPORTE não é apenas uma obra viária; é um termômetro que mede a capacidade de gestão e o compromisso público. E, lamentavelmente, o resultado que vemos no asfalto da Zona Norte é de uma promessa abandonada, um retrato cruel de como a inércia política pode aprisionar o desenvolvimento de uma cidade.
PARQUE
Quem apostar que o prefeito Paulinho Freire quer “briga” com o governo do estado, através do Idema, para o licenciamento da construção do Parque Linear, estará perdendo tempo e dinheiro.
Tudo vai transcorrer dentro da cordialidade.
LINEAR
A exemplo do que tem ocorrido em outras localidades, o Parque Linear – que irá surgir às margens da Avenida Engenheiro Roberto Freire – será mais um equipamento de lazer a ser proporcionado pela gestão Paulinho Freire à população.
ÁLVARO
O ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, ainda não decidiu se vai mesmo se filiar no Partido Liberal (PL), liderado pelo senador Rogério Marinho. O que Álvaro afirma com convicção é que o grupo formado pelo próprio, senadores Styvenson Valentim e Rogério Marinho e mais o prefeito Paulinho Freire, estará unido nas eleições de 2026.
REPUBLICANOS
Até o momento, Álvaro Dias se encontra filiado ao Partido Republicanos, enquanto que o seu filho, o deputado estadual Adjuto Dias (MDB), segundo o pai, não sabe qual o seu destino partidário com a abertura da “janela”, que ocorre no mês de abril próximo.
ESPREMER
O ex-prefeito de Natal, a exemplo do que ocorre com lideranças da esquerda, também aposta que a polarização entre os dois maiores grupos políticos irá “espremer” a candidatura de Alysson Bezerra, caso ele confirme a disputa na eleição para o governo do estado.
DERROTAR
Para Álvaro Dias, que ainda não decidiu se será candidato ao governo do estado ou ao Senado Federal, “o importante é impedir que o governo do PT continue a destruir o Rio Grande do Norte”.