O JORNALISMO SOB O FOGO CRUZADO
O Dia Mundial do Jornalismo – 28 de setembro – serve anualmente como um marco para a reflexão sobre o papel essencial da imprensa na democracia. Contudo, em tempos de intensa polarização política, a data ganha um tom de urgência e alerta, especialmente diante do crescente descrédito que atinge a profissão, fomentado tanto por setores da direita quanto da esquerda.
Domingo passado, editorial do jornal O Estado de São Paulo (Estadão), “Em crise, jornalismo precisa de humildade”, trouxe à tona essa complexa realidade. A publicação reconheceu que a onda de desconfiança contra a mídia tradicional é um fenômeno bifrontal, impulsionado por narrativas de ambos os lados do espectro político que buscam deslegitimar o trabalho jornalístico.
A crítica do Estadão se aprofunda ao abordar a postura do atual governo, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, e também da direita. O editorial ressalta que o Partido dos Trabalhadores (PT) e figuras ligadas ao governo, que criaram o “Partido da Imprensa Golpista” nunca renunciaram à ideia do chamado “controle social da mídia”, uma expressão que, historicamente, gera receio de censura e intervenção estatal na liberdade de imprensa. Da mesma forma, menciona ações da direita populista de Donald Trump e Jair Bolsonaro que acusam a imprensa de fabricar fake News para justificar suas próprias falsificações.
Na luta incessante em tentar controlar a imprensa, o governo Lula, embora tenha sutilmente trocado termo “controle social da mídia” por “regulação das mídias sociais”, a preocupação central permanece. Para críticos, como o próprio Estadão, o debate sobre a regulação no Brasil é conduzido com uma politização exacerbada e frequentemente é visto como uma forma de silenciar vozes dissidentes ou de submeter as grandes plataformas digitais aos interesses do governo e de instâncias do judiciário, em detrimento do debate amplo e da preservação da liberdade de expressão.
Nesse ponto, a defesa, é que a regulação deve ser feita com prudência e ter como base o Marco Civil da Internet, uma legislação considerada madura e equilibrada, que protege as liberdades constitucionais. O receio é que, sob o pretexto de combater a desinformação, o caminho se abra para um cerceamento disfarçado da livre manifestação do pensamento.
Ataques diretos, a proliferação de notícias falsas (as fakes news), e a acusação de “parcialidade” lançada de maneira indiscriminada acabam por corroer a confiança pública. Isso, por sua vez, enfraquece a capacidade do jornalismo de exercer sua função primordial: informar com rigor, fiscalizar o poder e servir como pilar do debate democrático.
Nesse Dia Mundial do Jornalismo, a mensagem que se impõe é a da resistência. A defesa intransigente da independência e da liberdade de imprensa — contra qualquer tentativa de controle, seja ela velada ou explícita — é o caminho para que a profissão possa, gradativamente, resgatar a credibilidade em uma sociedade cada vez mais polarizada. O desafio é manter o foco na apuração e na verdade factual, reafirmando o compromisso ético como a principal arma contra o descrédito e as investidas políticas.
STF
O que dizer do Superior Tribunal Federal – STF, guardião da Constituição Brasileira, cujo presidente, até ontem, o Luiz Roberto Barroso, pronunciou frases comprometedoras como: “Perdeu, mané”, se referindo a um bolsonarista que o provocara; e “Derrotamos o bolsonarismo”, hein? É esperar mudanças no novo comando do Fachin.
POLÊMICA
O ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, que desde que venceu o prazo de sua “clausura” vem manifestando seu desejo de deixar o Partido dos Trabalhadores (PT), por insatisfação, é claro, sem que nenhum dos “grandes” do partido dessem ouvido aos seus reclames.
FÁTIMA
Nos últimos dias, a governadora Fátima Bezerra veio a público – mesmo depois que o ex-senador tenha dito que o governo sofre de uma tal de “raimundocracia” – manifestar seu desejo de que Jean-Paul permaneça na legenda para disputar uma das vagas na Câmara dos Deputados. Isso, depois que o ex-senador ter dito publicamente que gostaria de disputar uma das duas vagas do Senado Federal.
INSATISFAÇÃO
Insatisfeito, Jean-Paul Prates voltou a usar os meios de comunicação para tecer novas críticas ao Partido dos Trabalhadores e a forma de tratar seus filiados, sem nominar responsáveis. Dessa vez, segundo vozes que circulam na Casa Civil, o chefe Raimundo Alves, responsável pela “raimundocracia”, baixou a patente e designou o vereador Daniel Valença (PT) para responder a Prates. O burburinho continua.
MDB
Antes conversando com partidos que integram a Federação PT/PV/PC do B, o ex-senador Jean-Paul agora também está conversando com o MDB e o PDT, que ele considera siglas de esquerda. Jean vai continuar sendo disputado por outras siglas. Com chance de ocupar uma das duas vagas excedentes para o RN, na Câmara dos Deputados