A PEC DA BLINDAGEM E DESCONDENAÇÃO DA LAVA-JATO
A proposta de emenda à Constituição (PEC) que ficou popularmente conhecida como a “Pec da Blindagem” foi oficialmente arquivada pelo Senado Federal, encerrando, por ora, um dos debates mais intensos e controversos do cenário político recente. A proposta, que visava conceder uma proteção especial a parlamentares e detentores de cargos eletivos, foi recebida com forte repulsa pela população, que a enxergou como uma tentativa de criar uma classe de intocáveis, imunes à justiça.
A reação popular foi imediata e contundente. Nas redes sociais e nas ruas, a indignação se manifestou em críticas que ecoavam a percepção de que, enquanto a população comum é submetida a rigorosos processos judiciais, a classe política buscava mecanismos para se isentar de responsabilidades. A PEC da Blindagem, que chegou a ser apelidada de “PEC da Impunidade” ou “PEC da Bandidagem” representou um ponto de ruptura na confiança entre eleitores e eleitos, acentuando a sensação de que há uma justiça para a maioria e outra, mais branda e permissiva, para os poderosos.
A rejeição à proposta não foi apenas um reflexo da desconfiança, mas também uma resposta direta ao sentimento de impunidade que paira sobre a sociedade brasileira. Esse sentimento foi reforçado de forma dramática pela anulação das condenações decorrentes da Operação Lava-Jato. Após anos de investigações, denúncias, confissões e julgamentos que expuseram um gigantesco esquema de corrupção, as decisões do Superior Tribunal Federal (STF) trouxeram à tona a fragilidade do sistema judicial.
A Lava-Jato, que se tornou um símbolo da luta contra a corrupção instituída nos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) viu seus principais resultados desfeitos. As condenações foram anuladas sob o argumento de que a Justiça Federal de Curitiba não era a instância competente para julgar os réus. Muitos dos condenados, mesmo com provas robustas e até confissões, foram libertados e tiveram seus processos zerados, gerando a sensação de que, no fim das contas, a corrupção compensa.
O arquivamento da PEC da Blindagem, nesse contexto, pode ser interpretado como uma vitória da pressão social. O clamor popular, unido à percepção de que o sistema político e judicial está cada vez mais distante das demandas por ética e probidade, obrigou os parlamentares a recuarem. No entanto, o debate sobre a impunidade permanece.
O episódio da PEC da Blindagem e o desfecho da Lava-Jato deixam uma lição clara: a sociedade não tolera privilégios e exige que a justiça seja aplicada de forma igualitária a todos, sem distinção de cargo ou poder. A luta pela responsabilização dos agentes públicos e pelo fim da impunidade continua sendo uma das pautas mais urgentes da democracia brasileira.
Da mesma forma que a PEC da Blindagem revoltou a população, a anulação dos processos e a descondenação dos criminosos indiciados e presos no escândalo da Laja-Jato patrocinado pelo STF continua atravessado na garganta da maioria dos brasileiros.
OPINIÕES
Nossos leitores têm opiniões divergentes sobre os temas de abertura da coluna. Sobre a coluna de ontem, quinta-feira, “Eduardo, a ameaça para a direita brasileira” um leitor seridoense se manifestou logo cedo: “Artigo lúcido sobre Eduardo Bolsonaro. Parabéns”.
OPINIÕES 2
De um outro leitor, esse mossoroense, radicado na capital, veio a mensagem “Amigo, discordo totalmente de sua coluna de hoje. Com o STF rasgando a Constituição, um Congresso submisso, e com raríssimas exceções, uma imprensa dominada, a população não tem mais a quem recorrer.
Só nos resta esperar ajuda externa e, nesse caso, o trabalho de Eduardo e Paulo Figueiredo tem sido muito importante”. Isso é democracia.
PALESTRA
Será hoje, 26, a partir das 15h00, no Auditório do Colégio Hipócrates Zona Sul, que o Grupo PENSAR/RN estará promovendo mais uma palestra temática. Carlos von Sosthen será o palestrante abordando o tema “Data Centers Verdes no Estado”. Considerado de grande relevância para o Rio Grande do Norte. Sosthen está de malas feitas para a China.
POLÍTICA
Por algumas oportunidades, o ex-senador Jean-Paul Prates (PT) havia se manifestado através da imprensa sobre seu desejo de deixar o Partido dos Trabalhadores, mas sem se decidir se migraria para o PDT, para o PV ou para o PC do B para atender aos convites. Durante mais de três meses, a governadora Fátima Bezerra (PT se manteve silente sobre o assunto.
POLÍTICA 2
Foi só o ex-presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates manifestar sua decisão em disputar uma das duas cadeiras do Senado e dizer na imprensa que o governo petista sofre de uma “Raimundocracia”, numa demonstração de descontentamento com a gestão, que a governadora Fátima Bezerra verbalizou seu desejo de continuar a contar com o ex-senador no PT “para disputar uma cadeira de deputado federal”.