A SURPREENDENTE APOSTA EM CADU XAVIER
A corrida eleitoral pelo governo do Rio Grande do Norte em 2026 começa a se desenhar com contornos peculiares. Em meio a um cenário político já conhecido por suas alianças complexas, a escolha de Cadu Xavier para liderar a chapa do sistema dominante — formado por PT, MDB, PV, PSB e PC do B — causou estranheza e ainda gera uma série de questionamentos. A decisão de apostar em um nome de menor envergadura eleitoral, em detrimento de figuras já consolidadas e com maior poder de mobilização, parece ir na contramão da lógica política tradicional.
Quando se observa o leque de opções à disposição das legendas aliadas, a escolha se torna ainda mais intrigante. Nomes como Fernando Mineiro e Natália Bonavides, ambos do PT, seriam alternativas com um peso político e um histórico eleitoral significativamente mais robustos.
Mineiro, um dos mais respeitados quadros do partido, é reconhecido por seu profundo conhecimento sobre os desafios e as potencialidades do estado, fruto de anos de estudo e atuação parlamentar. Sua experiência e sua capacidade de dialogar com diferentes setores da sociedade o credenciariam como um candidato natural.
Da mesma forma, Natália Bonavides, que já se provou uma força eleitoral na capital e tem um discurso cativante, poderia ter aceito o desafio de pleitear o cargo mais alto do executivo estadual.
A pretensão de administrar Natal, perdida em 2024, bem que poderia ser tentada para administrar o RN que sua companheira Fátima Bezerra diz ter feito transformações. Sua energia e sua popularidade entre o eleitorado mais jovem seriam um trunfo valioso.
A presença de nomes como Walter Alves e Ezequiel Ferreira de Souza, do MDB, reforça a percepção de que há, no próprio sistema, lideranças com a força política necessária para enfrentar uma disputa governamental. Ambos possuem ampla base eleitoral e uma vasta experiência em articulação política, características que seriam essenciais em uma campanha desafiadora.
A justificativa apresentada pela cúpula do PT para a escolha de Cadu Xavier, a de que ele poderia crescer sob a sombra do ex-presidente Lula, soa como um argumento frágil. Embora o apoio de Lula seja, sem dúvida, um fator de peso em qualquer eleição, a ausência de uma base política própria e a menor notoriedade de Cadu o colocam em desvantagem em relação aos outros possíveis candidatos. Nomes como Mineiro, Natália, Walter e Ezequiel, com suas trajetórias consolidadas, teriam muito mais chances de capitalizar o apoio de Lula e transformá-lo em votos, combinando o peso do ex-presidente com uma estrutura de campanha já estabelecida.
A aposta em Cadu Xavier, portanto, parece um movimento arriscado. Resta saber se essa estratégia, aparentemente estranha e contra-intuitiva, se provará um golpe de mestre ou um tiro no pé.
OPINIÃO
De um ambientalista de “quatro costados”, leitor da coluna: “Acho interessante a ideia de Carlos Eduardo disputar o governo. Dificilmente ele teria apoio dos bolsonaristas e dos petistas radicais. Mas, acredito que as demais forças progressistas poderão apoiá-lo, inclusive setores até do PT. E que venha a direita civilizada”.
BLINDAGEM
Em seu editorial da edição de ontem, quinta-feira, 18, sob o título “A Câmara esbofeteia o Brasil”, o jornal Estadão faz chamada: “Ao aprovar a PEC da Blindagem, Câmara transforma mandatos em escudos de impunidade, violenta a Constituição, trai a representação popular e abre as portas do Congresso para o crime organizado”.
SAUDE
Na sessão de ontem, 18, na Assembleia Legislativa, a crise no Hospital “Walfredo Gurgel” foi “prato cheio” para os deputados da oposição. Deputados fizeram críticas contundentes à precariedade de funcionamento do principal hospital da rede pública estadual e ao Hemonorte.
SAÚDE 2
Enquanto os deputados oposicionistas teciam críticas ao governo Fátima Bezerra (PT) por conta da precariedade da saúde pública, a deputada Divaneide Basílio (PT) elogiava o secretário de saúde, Alexandre Motta pela criação do programa voltado ao enfrentamento da depressão em mulheres no climatério e na menopausa.
QUEBRADEIRA
Quebrar, na verdade, não quebra, mas é caótica a situação da Previdência Estadual no RN. O déficit já atinge a marca de R$ 54,3 bilhões e em razão da situação dramática, o Tribunal de Contas do Estado – TCE recomenda a elaboração de um plano de reestruturação, no prazo de 60 dias.
CONCURSO
O Tribunal de Conas do Estado – TCE deverá anunciar concurso público para o preenchimento de 55 vagas. Será o primeiro concurso do órgão depois de 2015. A publicação da portaria que organiza o processo ocorreu na segunda-feira passada. Os salários para nível médio variam entre R$ 6 mil a R$ 7 mil, e do nível superior têm variações entre R$ 16 ml a R$ 17 mil.