NOVO TIRO NO PÉ DA DIREITA
A recente escalada de ataques dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro a figuras proeminentes da direita tem gerado um racha dentro do próprio espectro ideológico, com relevância junto ao eleitorado. Inicialmente com o deputado Eduardo Bolsonaro, ao comemorar a taxação dos EUA de 50% aos produtos brasileiros, e agora com o vereador Carlos Bolsonaro, com a estratégia que parece ser de deslegitimar qualquer pré-candidato que possa vir a disputar o espólio político do pai, agindo como um “tiro no pé” para a união da direita.
Nessa escalada de agressões verbais gratuitas, o primeiro alvo foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que tem sido um dos nomes mais fortes para a sucessão presidencial. Sua postura pragmática e a tentativa de se afastar de pautas mais radicais para governar o maior estado do país incomodaram a ala mais ideológica e mais radical do bolsonarismo. A agressão verbal, ainda que velada, por parte de Eduardo Bolsonaro foi o primeiro sinal de que a família não aceitaria passivamente a ascensão de novas lideranças.
A situação piorou com a nota publicada, no último domingo, por Carlos Bolsonaro. Em um ataque direto e sem precedentes, o vereador direcionou a artilharia não apenas a Tarcísio, mas também a outros potenciais candidatos como os governadores Romeu Zema, de Minas Gerais, Ratinho Júnior, do Paraná, e Ronaldo Caiado, de Goiás. A mensagem foi curta, mas brutal: “todos vocês se comportam como ratos”, com a justificativa de que “querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, se encostando nele de forma vergonhosa e patética”.
Essa atitude agressiva e generalizada revela um medo real da família Bolsonaro de perder a hegemonia sobre o eleitorado conservador. Ao invés de buscar a construção de alianças e o fortalecimento de candidaturas que possam dar continuidade às ideias da direita, os filhos do ex-presidente optam pelo confronto, minando a credibilidade de nomes que possuem capital político e poder de articulação.
Para muitos analistas, a falta de racionalidade nas ações dos filhos de Bolsonaro é evidente. A postura intransigente e a agressividade gratuita podem afastar não apenas os eleitores de centro-direita, mas também parte da própria base bolsonarista que vê a necessidade de união para enfrentar o atual governo. Ao pulverizar os ataques contra os principais nomes da direita, os Bolsonaros demonstram um isolamento crescente, comprometendo a capacidade do movimento de se reestruturar e de apresentar uma candidatura competitiva para as próximas eleições. A estratégia de auto-sabotagem, se mantida, pode custar caro para o futuro político da direita brasileira. É o chamado “tiro no pé”.
RECADO
Interpretado como um recado direto para o bloco político liderado pelo senador Rogério Marinho (PL), o prefeito Alysson Bezerra (União Brasil), de Mossoró, foi curto e grosso ao falar de sua parceria com a senadora Zenaide Maia (PSD) para enfrentar o pleito de 2026.
UNIFICAÇÃO
Enquanto o prefeito de Natal, Paulinho Freire (União Brasil), vem atuando como o pacificador entre os grupos de seu partido e o de Rogério Marinho (PL), Styvenson Valentim (PSDB) e Álvaro Dias (Republicanos), o pré-candidato ao governo do estado, Alysson Bezerra (UB) já começa a “espalhar brasa” quando demonstra preferir parceria com opositores, como é o caso de Zenaide Maia (PSD).
FALTOSOS
O vice-governador Walter Alves e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza levaram falta na solenidade de posse da nova diretoria estadual do Partido dos Trabalhadores (PT). Sequer mandaram representantes.
FALTOSOS 2
Em entrevista a um dos blogs de sua divulgação, a deputada Isolda Afonso foi enfática ao registrar “Que contamos com a presença de sete partidos, ante a ausência do MDB”. Petistas devem ter encarado as faltas de Waltinho e de Ezequiel como um recado… A incógnita paira no ar: que recado foi esse?
VESPEIRO
A Câmara dos Deputados vai colocar em pauta a discussão em torno de uma reforma administrativa profunda, inclusive cortando privilégios dos servidores públicos. Se realmente isso vier acontecer e a reforma for ampla, abrangendo todos os servidores, é sinal de que o legislativo vai mexer numa verdadeira “casa de maribondos”.
FEDERAÇÃO
Em nível nacional, o União Brasil (UB) e o Partido Progressistas (PP) estão aprovando estatutos, nesta terça-feira, 19, da Federação partidária “União Progressista”, ao mesmo tempo em que discutirão o desembarque das siglas do governo Lula.
UNIÃO PROGRESSISTA
A princípio, os dois partidos que detêm quatro ministério e mais a Codevasf defendem o desembarque da gestão de Lula, mas não deverão entregar seus cargos de imediato. O “pragmatismo” ensina que os cargos devem ser desocupados somente em abril do próximo ano. Se o presidente Lula aceitar essa situação.

