O TROGLODITA E O TIRO NO PÉ DA DIREITA
A recente ameaça do presidente norte-americano Donald Trump de taxar em 50% as exportações brasileiras, caso o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF) não alterem o tratamento dado a Bolsonaro, reverberou como um tiro no pé para a direita e a direita radical ideológica no Brasil. A declaração, vista por muitos como uma intromissão sem precedentes na soberania nacional e uma mostra de desprezo pela diplomacia, provocou uma onda de indignação que transcendeu os habituais alinhamentos políticos.
A retórica de Trump, frequentemente comparada a um comportamento “troglodita” pela sua truculência, falhou redondamente em seu objetivo, caso fosse o de cooptar apoio para Bolsonaro.
A carta de Trump ao presidente Lula é a prova maior. A iniciativa gerou uma revolta quase generalizada entre os brasileiros, que interpretaram a ameaça como uma tentativa de subjugação econômica e política, quando condiciona tratamento diferenciado para Jair Bolsonaro. Nem mesmo setores mais simpáticos à direita ou ao próprio Bolsonaro puderam ignorar a gravidade de uma intervenção externa que visava penalizar a economia do país em favor de interesses políticos específicos.
As consequências políticas dessa bravata são nefastas para o espectro da direita. Ao invés de fortalecer a imagem de Bolsonaro ou angariar simpatia para a causa da direita radical, a fala de Trump contribuiu para isolar ainda mais esses grupos. A associação com uma figura que ameaça a prosperidade econômica do Brasil em nome de uma agenda pessoal e ideológica é um peso morto para qualquer movimento político que almeje legitimidade e apoio popular.
A repulsa à ameaça de Trump serve como um lembrete contundente de que, independentemente das preferências ideológicas a soberania nacional e a integridade econômica são valores inegociáveis para a maioria dos brasileiros. E como diria o jornalista Túlio Lemos, ao se referir à falta de habilidade política do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Nunes Alves, a atitude de Trump “é como se um elefante bêbado entrasse numa loja de cristais”. Além do mais, ao verberar que só a anistia salvará o Brasil do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro demonstra qual a sua prioridade.
O episódio Trump é um alerta de que o apoio cego a figuras externas, por mais carismáticas que pareçam, pode resultar em um custo político altíssimo, especialmente quando esse apoio se traduz em ameaças diretas à nação. A lição é clara: o troglodita, ao tentar atirar no alvo, acabou acertando o próprio pé da direita ideológica.
FROUXO
Apesar do pedido da deputada federal Natália Bonavides (PT) para que não sancione o PLP 133/2023 que prevê o aumento de deputados federais e deputados estaduais em algumas das Assembleias Legislativas, ao que parece é que o presidente Lula vai afrouxar e deixar vencer o prazo para a sanção da lei.
FROUXO 2
O prazo máximo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar a nova Lei é hoje, quarta-feira, 16/07. Caso não sancione, o PLP voltará para o Senado Federal e caberá ao presidente Davi Alcolumbre (União Brasil/PA) a sanção.
DEGASTE
Sabendo que o assunto do aumento no número de deputados federais e deputados estaduais em algumas das Assembleias Legislativas – o Rio Grande do Norte ganhará 6 deputados estaduais – é de reprovação pela população, o presidente Lula deverá afrouxar e deixar que o desgaste caia no colo do legislativo.
EMENDAS
O deputado estadual oposicionista José Dias (PL) voltou a criticar o governo Fátima Bezerra pela execução desigual no pagamento das emendas parlamentares. O deputado relatou que ingressou com três ações judiciais para garantir o pagamento de suas emendas e que duas delas já foram julgadas favoravelmente.
DERROTA
Ainda sobre as emendas parlamentares, deputados oposicionistas impingiram à governadora Fátima Bezerra uma derrota ao aprovar matéria em que prevê que o Poder Executivo terá que pagar 50% das emendas impositivas relativas ao exercício de 2026 até antes das eleições. Os 50% restantes terão que ser pagos até o mês de novembro/2026.
AGRIPINO
Igualmente a tantos outros em que o Ministério Público fez alardes questionando suas honestidades, o –ex-senador José Agripino está de “alma lavada” absolvido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede em Recife. O MP, que queria condenar Agripino em caso do Arena das Dunas, tomou conhecimento da decisão do TRF-5ª Região e decidiu não interpor recurso.
AGENOR MARIA
Quem está tomando gosto com a possibilidade de se tornar candidato ao Senado Federal pelo Partido Liberal é Babá Pereira, atual presidente da FEMURN. Poderá ser um novo Agenor Maria, dos anos 1970, que foi considerado a “zebra” ao enfrentar e vencer o avô do senador Rogério Marinho, o célebre jurista Djalma Marinho.