TRANSNORDESTINA E O RN
Há uma certeza de que as nossas autoridades federativas, mandatárias dos grandes recursos financeiros arrecadados durante anos à fio, não olham com simpatia, ou melhor, com economicidade para investimentos no transporte ferroviário como alternativa aos gargalos do transporte rodoviário.
O Brasil tem uma área territorial de 8.515.767 quilômetros quadrados, enquanto a Argentina está situada numa área de 2.780.400 km2, ou seja, tem apenas um terço da área territorial brasileira, mas procurou investir na construção de ferrovias e hoje conta com um pouquinho mais de malha ferroviária que o Brasil. Em números redondos, a Argentina conta com 30.818 quilômetros de ferrovia, enquanto o Brasil tem uma malha ferroviária de 30.500 quilômetros.
Nesse tocante, quando se trata de ferrovias como pontos para escoamento da produção interna, o Rio Grande do Norte não tem mostrado capacidade para reivindicar investimentos. Ao contrário.
O que tínhamos de ramais ferroviários, foram desativados, embora no início dos anos 2.000 chegou a ventilar a possibilidade de um ramal que sairia de Mossoró, passava pelo Vale do Assu, chegava a Macau e prolongava até a Capital, com a produção de frutas e o sal marinho para embarque no Porto de Natal. E isso nunca aconteceu.
Ao contrário, tivemos desativados os ramais ferroviários Mossoró-Souza (PB), o trecho Parnamirim-Nova Cruz e o de Macau a Ceará Mirim, todos eles considerados um misto de passageiros e cargas. Infelizmente, faltou sensibilidade às nossas autoridades federativas.
Além de penalizar o Rio Grande do Norte que agora quase não dispõe de ramais ferroviários em atividades, o nosso estado, bem como a Paraíba, não foi beneficiado com a chamada Ferrovia Transnordestina, que vai custar a bagatela de R$ 15 bilhões.
Para se ter uma ideia de quanto nossas autoridades federativas não têm foco na construção de ferrovias como condutor do desenvolvimento, é que essa Transnordestina, que saí do estado de Pernambuco, passa pelo Ceará e segue até ao Piauí, cobrindo um percurso de 1.757 quilômetros, foi iniciada – pasmem – em 1959, portanto, há 66 anos, para cobrir o trecho compreendido entre os municípios de Missão Velha (CE) até Petrolina (PE). E nesse trajeto, embora houvesse modificação no projeto inicial estendendo até ao município de Eliseu Martins, no Piauí, o Rio Grande do Norte e o estado da Paraíba ficaram de fora, mesmo sabendo que o nosso RN tem o Porto de Natal que pode muito bem ser ampliado – como está programado – e a Paraíba conta com o Porto de Cabedelo como eixo para o transporte de cargas.
Assim, a Transnordestina irá beneficiar apenas aos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí, penalizando o RN, sem que se tenha notícias de que a nossa representação no Congresso Nacional demonstrasse qualquer reação na tentativa de integrar o estado nessa composição de malha ferroviária.
EDITORIAL
O jornal Estadão, abriu o seu editorial assim: “Como não governa, Lula da Silva faz comícios, caçando voto antes da hora e posando de Messias. Presidente se apresentou como um enviado de Deus para levar água ao sertão”.
PIADA
Parece piada de salão, mas é verdade. O humorista Léo Lins foi condenado a prisão de 8 anos e 3 meses, em regime fechado. E mais, o comediante também terá que pagar multa de R$ 1 milhão e 400 mil, além de 300 mil por danos morais. O crime cometido por Léo foi contar piadas em um show. Aonde vamos chegar?
GOVERNADOR
No exercício da governadoria, Walter Alves fez revelação ao Diário do RN de que o seu MDB, como partido forte, vai, sim, participar da chapa majoritária. Quer indicar o segundo nome para compor a chapa do Senado ou participar com candidato a vice-governador.
DINAMARCA
E a governadora Fátima Bezerra, em companhia do secretário-adjunto da SEDEC, Hugo Fonseca, visitou as instalações do Porto de Alborg, no norte da Dinamarca. Esse porto tem a estrutura do nível que será o Porto-Indústria Verde, aqui em Caiçara do Norte.
EMENDAS
Embora venha cobrando do governo por emendas parlamentares em atraso, o deputado Luiz Eduardo (Solidariedade) revelou que só no ano passado a governadora Fátima Bezerra pagou R$ 1 milhão para a saúde de Barra de Maxaranguape.
EMENDAS 2
Já o deputado José Dias (PL) continua a reclamar do atraso no pagamento de suas emendas parlamentares e da discriminação por parte do governo na efetivação de alguns pagamentos seletivos. “Condeno aqui esse caráter discriminatório, porque isso é contra o povo, isso é contra a nossa consciência”.