HOMENAGEM À TV PONTA NEGRA
Nesta quinta-feira, 29, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, através de proposição do deputado Ubaldo Fernandes, em sessão solene, estará prestando homenagem à TV PONTA NEGRA – a primeira televisão comercial do estado – pelos seus 38 anos de serviços prestados, enquanto que a direção da emissora está transferindo essa homenagem a fundadores e atuais colaboradores da emissora. Mas nesse momento quem deveria estar recebendo todas as homenagens, não só neste ano, mas em todas as oportunidades de suas comemorações, mesmo em memória, seria Carlos Alberto de Souza, o seu idealizador, fundador e inspirador a todos e a todas pela continuação do seu legado.
Carlos Alberto foi um político competente e que teve uma carreira meteórica de vitórias, passando de Vereador, a Deputado Estadual, Deputado Federal e a Senador da República em apenas 10 anos, fato esse que causava inveja aos demais políticos de geração anterior e da sua geração.
Parece redundância, mas Carlos Alberto era um visionário de talento. Era um comunicador de competência ímpar. Era um empreendedor vitorioso e carregava em seu projeto de vida o desejo de sempre prestar serviços não só aos natalenses, mas a todos os norte-rio-grandense e encontrou na atividade de comunicador e com a televisão em funcionamento meios para tornar realidade tudo aquilo que não conseguia fazer na sua condição de político, de legislador.
Enquanto as chamadas “águias da política” norte-rio-grandense como Aluízio Alves e Tarciso de Vasconcelos Maia transitavam com facilidade nos Ministérios, em Brasília, Carlos Alberto foi mais ativo, mais ágil e mais sagaz e mais competente ao conseguir a concessão da primeira televisão comercial para o Rio Grande do Norte, mesmo sem disponibilizar de capital financeiro e nem bens materiais. E, surpreendentemente, para aqueles que assistiam de fora os primeiros movimentos para a instalação do canal televisivo, em vez de escolher a líder Rede Globo de Televisão para se afiliar no Rio Grande do Norte, – e não foi por falta de convite – decidiu por optar pelo Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT, do também comunicador vitorioso Silvio Santos, que naquele ano de 1987 era apenas o 4º lugar no ranking das televisões brasileiras. Carlos Alberto enxergava mais longe.
Pouca gente sabe até hoje as razões que levaram a Carlos Alberto tomar aquela iniciativa, mas a razão principal estava no que veio acontecer com os fundadores da TV Cabugí, que veio a ser a segunda televisão comercial a se instalar no estado.
Acompanhei de perto os preparativos e nascimento da TV PONTA NEGRA. Fiz parte de sua estruturação e por décadas acompanhei as dificuldades e as vitórias que marcaram o empreendimento surgido graças a competência e perseverança de Carlos Alberto de Souza. Ele teve o mérito de conduzir o funcionamento da TV PONTA NEGRA enquanto em vida. Criou oportunidades de trabalho para centenas de pessoas, oportunizou aos aprendizes de jornalismo ainda nos bancos das universidades, estimulou a criatividade de profissionais, motivou o aprimoramento das agências de publicidade, fazia questão de abrir oportunidades para os novos talentos, procurava sempre revolucionar o mercado enquanto que preparava sucessoras para o empreendimento.
Carlos Aberto nos deixou ainda na juventude dos seus 52 anos de idade e como legado ficaram os seus serviços prestados ao Rio Grande do Norte como legislador – entre muitos outros, ele foi o autor do projeto que deu Autonomia às Universidades Federais – e a TV PONTA NEGRA que continua viva e pujante a prestar sua contribuição ao desenvolvimento do estado, agora conduzida pela família capitaneada por Mirim, Micarla, Rose e Priscila, mulheres que hoje são referências no mercado norte-rio-grandense em tudo o que desempenham.
Portanto, nesta e em todas as outras oportunidades que se comemore o funcionamento da primeira televisão comercial potiguar, as homenagens devem ser prestadas ao comunicador visionário e ao empreender de talento Carlos Alberto de Souza.