ZEMA x DINO: A ARTE DA INTERPRETAÇÃO
Tão logo surgiu a polêmica formada entre o governador Romeu Zema, de Minas Gerais e o ministro da Justiça Flávio Dino lembrei imediatamente da música gravada por Elba Ramalho há quase 40 anos, com letra Ivanildo Vila Nova e Bráulio Fernandes, que se chama Nordeste Independente.
Mas antes mesmo de rever toda a letra do Nordeste Independente, me veio também imediatamente a curiosidade para analisar a capacidade do ministro da Justiça em criar mais um factoide ao estimular a desavença entre os estados do Sul/Sudoeste com os nossos patrícios nordestinos e também os nortistas.
Ora, é desavença, na interpretação de Dino, porque nada mais justo que cada estado da federação ou cada região defenda os seus interesses. Apesar das críticas destrutivas dos que se opõem à criação do Consórcio Nordeste mesmo entendendo que esse instrumento, apesar do golpe sofrido em plena pandemia da Covid-19 que fez o RN perder aí valor em torno de 3 milhões de reais, tem a determinação de defender os interesses dos estados nordestinos, inicialmente com a proposta de setorizar a educação, a saúde e segurança. E, se os estados nordestinos e nortistas agruparam parlamentares na Câmara dos Deputados e no Senado Federal para defender mecanismos que possibilitem conquistas para cada um de seus estados, nada mais normal que os estados do Sul e do Sudeste também assim procedam sem que isso representem estar praticando o divisionismo como quer interpretar o ministro da Justiça Flávio Dino que, por ser o governador Romeu Zema ideologicamente de direita, quer classificar o ato como “traidor da Constituição, traidor da Pátria”. Tudo numa questão de interpretação fazendo com que Dino potencialize o divisionismo entre esquerda e a direita, reforçando com o presidente Lula que classificou o mineiro Zema de “o governador separatista nos envergonha”, tudo como bem interessa aos atuais governistas. E daqui em diante, potenciais lideranças de direita como os governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Eduardo Leite (RS) e também Romeu Zema (MG) serão dessa forma tratados.
Enquanto isso, volto a me deliciar com a voz de Elba Ramalho.
ADULTERADO
Não é fácil os órgãos fiscalizadores constatar nos postos de combustíveis a chamada “gasolina batizada”. Nada de colocar água na gasolina. Esse truque é antigo e caiu em desuso. Mas alguns postos de combustíveis distribuídos por quase todo o território potiguar ainda teimam e fraudar o combustível para aumentar sua margem de lucro. Uns chegam a usar o soro extraído do queijo de coalho, mas outros recorrem produtos químicos em líquido de baixo custo, injetando de 10% a 15% do volume de gasolina. A cada 10 mil litros vendidos, ganha 1.000 litros, além do lucro em lei.
EXPERIÊNCIA
Sentindo que seus carros que trafegam pelo interior do estado sofriam muito mais avarias no motor que os demais locados na Capital, um empresário saiu recolhendo os tipos de gasolinas vendidas nos vários postos, em várias cidades, constatando a diversidade da coloração. Em seu estoque recolhido nos vários postos, tem gasolina de cor avermelhada até uma outra cor amarelada clara passando por várias tonalidades.
ENERGIA
Enquanto existe a possibilidade real de o Brasil se tornar autossuficiente na produção de energia, principalmente com as alternativas das energias solar e eólica, a chamada energia limpa, o presidente Lula toma a iniciativa em prestigiar o “camarada” Maduro comprando energia da Venezuela, se sabe lá por quanto tempo deverá perdurar esse contrato. Camarada é camarada e na visão de Lula tem que ser prestigiado.
GATO POR LEBRE
Com o objetivo de fazer uma ampla reportagem, o Diário do RN está aprofundando questionamentos sobre um Contrato Emergencial feito pela Prefeitura Municipal de Natal na contratação de veículos com motoristas. A pista é que a empresa Saneape estava prestando serviços para a Secretaria Municipal de Saúde, mas que há cerca de 2 meses o contrato iniciado em janeiro de 2021, que poderia ser aditivado não o foi.
PODE ISSO?
Até aí, nada demais. Mas bem que a SMS poderia ter prorrogado o contrato existente enquanto abria licitação. Não. Dispensou o contratante, fez um Contrato Emergencial, onde duas das três empresas participantes não praticavam a locação de veículos com motorista/nem locação de veículos, mas para a ganhadora os preços dos veículos com motoristas mais que duplicaram. Para se ter uma ideia, o contrato de um veículo tipo Van, Teto Alto, com motorista, que a Prefeitura pagava R$ 12.039,75 à Saneape passou para R$ 28.779,98, representando um aumento de quase 52%. Pode isso?