O PSD É COBRA DE TRÊS CABEÇAS
Aqui no Rio Grande do Norte, o Partido Social Democrático – PSD, presidido pela senadora Zenaide Maia tem uma postura de partido de centro-esquerda, mais para a esquerda, mesmo que esteja com ligações estreitíssimas com o prefeito mossoroense Alysson Bezerra, do União Brasil, do centro-direita, com mais tendências à direita.
Politicamente, Zenaide e Alysson não soltam as mãos nunca. Há uma jura de fidelidade entre um e outro. Mas na política partidária esse compromisso, vale? E qual é o compromisso entre ambos? São mais emendas parlamentares que Zenaide tem prometido para Alysson? Ninguém sabe a origem dessa fidelidade canina entre Alysson e Zenaide. Mas existe, sim e vem sendo cumprida, pelo menos até o momento.
O estranho é que Alysson não teve esse mesmo compromisso com o senador Rogério Marinho, nem muito menos com o senador Styvenson Valentim. Ao contrário. Brigou com os dois, embora ambos tenham contribuído com gordas emendas parlamentares que alimentaram a primeira e a atual gestão do prefeito mossoroense.
Com Zenaide, o comportamento de Alysson tem sido diferente, embora estejam em partidos diferentes. Continuam inseparáveis, mesmo na construção das várias chapas majoritárias já idealizadas até o presente momento.
A candidatura de Alysson ao governo do estado, embora consistente, ainda não tem rumo. Ele não sabe se disputará o pleito na chapa oposicionista, liderada pelo senador Rogério Marinho, ou vai por uma terceira via já que na situação, liderada pela governadora Fátima Bezerra seu nome tem sido defenestrado, esnobado pelos petistas. Do outro lado, Rogério também esnoba Zenaide como provável candidata a uma segunda vaga do Senado Federal, sob o argumento que a senadora do PSD mantém fidelidade ao governo Lula. Mas essa discussão no plano local poderá mudar.
E a mudança estará exatamente em qual alternativa o PSD de Zenaide, em nível nacional, tomará na eleição presidencial do próximo ano. É que o PSD tem se especializado em ter posições dúbias e caminha para marcar uma tripla, já que Gilberto Kassab (presidente nacional do PSD) é secretário no governo de Tarcísio de Freitas (provável candidato do bolsonarismo), o partido apoia o governo Lula (que tentará se reeleger) e recentemente o PSD filiou o governador gaúcho Eduardo Leite que também tem pretensões de se candidatar a presidente da República. Qualquer das três será a alternativa do PSD nacional
A fidelidade de Zenaide a Alysson poderá mudar na conveniência dos dois, ou, simplesmente se manter como estão, tudo por conta do PSD nacional que tem se comportado como “cobra de três cabeças”.
EMENDAS
O deputado estadual José Dias (PL) comemorou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte mandando que a governadora Fátima Bezerra (PT) efetue o pagamento das emendas parlamentares, correspondentes ao exercício de 2023, portanto com dois anos de atraso.
EMENDAS 2
Na semana passada, o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Francisco do PT, reconheceu o atraso no pagamento das emendas, mas justificou que em alguns casos correspondia a transtornos burocráticos, mas agora o governo de Fátima Bezerra terá que cumprir com o que determina o TJRN.
ESTRATÉGIA
Mais uma vez, o governo federal perdeu a batalha da comunicação em relação a roubalheira feita nas pensões, aposentadorias e benefícios do INSS. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) alcançou marca superior a 130 milhões de visualizações em sua mensagem sobre o escândalo.
ESTRATÉGIA 2
O governo tentou dar a resposta através do deputado Lindbergh Farias (PT/RJ), cuja mensagem alcançou 940 mil visualizações. A imprensa nacional é que tem constatado que o governo perdeu a guerra da comunicação no episódio do INSS, igualmente ao ocorrido com a “guerra do pix”.
MOSSORÓ
Uma vez que o prefeito Alysson Bezerra (União Brasil) não tem divulgado a origem dos recursos financeiros vindos de Brasília para as várias obras de sua gestão, o senador Rogério Marinho incluiu na programação da vinda do ex-presidente Bolsonaro a Mossoró uma visita ao Complexo Viário 15 de março.
INGRATIDÃO
Ocorre que o governo Bolsonaro, através do então ministro Rogério Marinho carreou altas somas de recursos financeiros para a gestão de Alysson Bezerra, contribuindo com várias obras na municipalidade. Logo a seguir, o que se viu foi que o prefeito Alysson encontrou motivos para “brigar” e se afastar do hoje senador Rogério Marinho. Em política, isso também se chama de ingratidão.