A aliança eleitoral entre os pré-candidatos Carlos Eduardo (PSD) e Paulinho Freire (União Brasil) parece andar a passos largos e seguros para se concretizar. Nesta segunda-feira (11), ambos se reuniram com o presidente do UB no Estado, ex-senador José Agripino e o presidente estadual do Cidadania, ex-deputado estadual Wober Júnior, para “afinar” os detalhes do acordo. A expectativa é que a aliança seja anunciada em breve, com o anúncio oficial de Paulinho desistindo de concorrer à sucessão municipal e direcionando seu apoio ao presidente do PSD em Natal.
Questionado pela reportagem do Diário do RN sobre o teor da conversa desta segunda, José Agripino afirmou que este foi mais um momento para a construção de “aproximação” político-eleitoral visando 2024. Sempre prudente em suas palavras, o ex-senador não adiantou em qual fase esse “namoro político” entre Carlos e Paulinho estaria, mas deixou escapar que os envolvidos têm motivos para estarem “sorridentes”. “Tivemos uma manhã de muita conversa, no mesmo tom das já relatadas”, falou.
Articulador político de Carlos Eduardo, Wober Júnior afirmou ao Diário do RN que há uma afinidade muito grande de pensamentos e posicionamentos entre o ex-prefeito e o deputado federal, o que pode vir a ser muito positivo para Natal. Que ambos “fizeram uma análise sobre a situação atual do município, seus pontos positivos e negativos e também falaram sobre propostas para melhorar a cidade, cada vez mais. Paulinho tem uma grande liderança na Câmara de Natal, o que é muito importante para a nossa cidade”.
Para ele, os nomes de Carlos Eduardo e Paulinho Freire estão fora da polarização político-ideológica dominante no país nos últimos cinco anos, entre direita e esquerda, e que isso é um ponto importante para que os eleitores natalenses. “Fazemos política sem esse sentimento de polarização, que é tão maléfico para todos. Mas estamos em fase de negociação ainda, sem definições, por enquanto”, disse Wober.
CARLOS E PAULINHO EVITAM COMENTAR NEGOCIAÇÕES
Carlos Eduardo não comentou a reunião desta segunda, mas afirmou que ele e Paulinho têm mantido um diálogo estreito sobre um possível acordo e que estão “cada vez mais próximos e em sintonia”, destacando que a perspectiva é de “compormos uma chapa para as eleições de 2024”, uma vez que as conversas “estão em fase final para coligação”. O ex-prefeito, que busca seu quinto mandato na Prefeitura de Natal, disse ainda que tem dialogado com o prefeito Álvaro Dias (Republicanos), da mesma forma que faz com partidos como o PP e o PSDB.
Por sua vez, Paulinho Freire fez questão de frisar que ainda não há nenhuma decisão em definitivo sobre a aliança, mas que a busca por entendimento para uma possível combinação de chapa majoritária, sendo ele vice ou o União Brasil indicando um nome, está sendo conversado. Por ora, Paulinho mantém sua pré-candidatura à Prefeitura de Natal e, nem ele, nem José Agripino, falam sobre a possibilidade de o União Brasil indicar o nome do vice na composição de chapa majoritária.
Essa possibilidade é citada nos bastidores da política natalense como praticamente certa, conforme as falas de aliados políticos dos dois pré-candidatos. Inclusive, o nome da vereadora de Natal, Camila Araújo, passou a ser citado com maior ênfase em meados da semana passada, quando ela foi apontada por Carlos Eduardo como “A vereadora Camila é sim um dos nomes que podem compor a chapa, mas nada além disso até o momento”.
INÍCIO DAS CONVERSAS ENTRE PSD E UB
Os primeiros diálogos entre o PSD e o União Brasil começaram quando Paulinho Freire e Carlos Eduardo se encontraram em uma reunião secreta na casa de José Agripino Maia, em outubro passado, quando ficou decidido que Paulinho não será mais candidato e que a legenda apoiará Carlos Eduardo na disputa pela sucessão natalense.
Um dos motivos da desistência de Paulinho foi a “demora” do prefeito Álvaro Dias em apoiar o deputado e de se envolver com os primeiros passos da campanha eleitoral em Natal. O fator determinante foi o lançamento da candidatura da direita do PL pelo senador Rogério Marinho, tendo ainda os deputados federais General Girão e Sargento Gonçalves, representantes da extrema-direita, como interessados em concorrer.
As fontes afirmaram ainda que a expectativa de Paulinho era que os partidos de direita (PL, PSDB e PP) optassem por seu nome como o mais indicado e seguro, por ele ser um político moderado, praticamente um centro-direita, sem o extremismo de personagens como Girão e Gonçalves.
Mas, com o “adiantamento” de Rogério Marinho, o cenário foi se moldando até sua desistência e consequente apoio a Carlos Eduardo como o representante do Centro, moderado e com chances reais de disputar e vencer as eleições municipais.