Por Bosco Afonso
Todo veículo de comunicação tem o direito e o dever de assumir a defesa de um regime e até mesmo um programa de governo que bem entender. Pode e deve fazê-lo, inclusive em editorial aberto para que os seus leitores entendam o pensamento daqueles que o fazem. Aberto e cristalino. Isso faz parte do papel da imprensa.
O que não deve ocorrer é a seletividade da informação ou a deturpação dos fatos para beneficiar esse ou aquele candidato.
Desde os primeiros passos da redemocratização do país em 1985, nunca se testemunhou a imprensa nacional – leia-se os grandes jornais, emissoras de rádio e os canais de televisão – se transformar, com seus interesses financeiros feridos ou atendidos, em verdadeiros defensores de candidatos, sejam eles da esquerda ou da direita, desrespeitando seus leitores, ouvintes e/ou telespectadores.
Alguns desses veículos escancaram suas preferências. Outros, deturpam fatos, fazem uma campanha surda, subliminar e mesmo assim não conseguem esconder o seu objetivo em eliminar o adversário do seu preferido.
Neste segundo turno, principalmente, através de seus noticiários, de seus colunistas, comentaristas e de seus articulistas os veículos de comunicação, em sua maioria, espezinham com um dos candidatos enquanto dosam homeopaticamente contra o de suas preferências.
Para citar dois exemplos, em nível de televisão que é um veículo de massa, recorremos ao estilo escrachado da Jovem Pan, onde o candidato de sua preferência, no caso Jair Bolsonaro, parece mais um personagem santificado, enquanto o adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, desce ao fogo satânico do inferno.
Na Globo, acontece o inverso, não tão escrachado, mas perfeitamente perceptível. Com seus interesses financeiros feridos, os canais dos Marinhos demonizam Bolsonaro leva-o ao fundo do poço, enquanto que com Lula – em outros tempos espezinhado – os ramos de loiros são jogados em sua direção.
A Jovem Pan, pelo seu exagero, foi punida monocraticamente pelo ministro Alexandre de Moraes embora o exagero da punição tenha servido de comentários negativos até mesmo pelo jornal New York Time, embora nenhum órgão de defesa de jornalistas tenha se manifestado.
A Globo, durante a edição do Fantástico deste domingo, 23/10, fez de tudo para tentar ligar o tresloucado gesto do ex-deputado Roberto Jefferson em resistir à prisão, atirar e lançar granadas contra policiais ao presidente Bolsonaro, sem querer lembrar que foi o mesmo Jefferson que serviu de esteio ao governo Lula para criar o Mensalão, que a seguir virou o primeiro dos escândalos do governo petista.
A diferença entre a Jovem Pan e a Globo é o nível de suas audiências.
E assim tem se comportado os maiores veículos da imprensa brasileira.