MÃO À PALMATÓRIA
Nesse contexto de acusações múltiplas e de radicalismos que rasgam os rincões brasileiros, os políticos de vários matizes que se digladiam a cada instante, nenhum tem ofertado sua mão à palmatória como se responsabilizassem pelos atos cometidos durante os governos aos quais pertenceram ou pertencem no momento. Cada grupo que mostre suas razões e acusações sobre os outros. Ninguém assume suas culpas. Só os outros têm culpa e assim vão levando na conversa o seu eleitorado, que por sua vez passa a ser o porta-voz daqueles “sem-culpa”.
Senão, vejamos dois exemplos práticos, atualizados e que estão em discussões.
Primeiramente, a luta da oposição para conseguir com que o legislativo aprecie projeto que concede anistia a todos os envolvidos no episódio de 8 de janeiro de 2023, quando uma multidão depredou as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Em segundo plano, a questão da roubalheira das aposentadorias, pensões e benefícios junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS.
No primeiro exemplo, todos têm conhecimento que a maioria dos brasileiros – e isso está constatado em pesquisas de opinião pública – não aprova a anistia geral e irrestrita como querem os simpatizantes e partidários do núcleo do bolsonarismo, mas partidários da centro-direita e da direita persistem com a tentativa de aprovar uma anistia para aqueles que depredaram o patrimônio público.
Suponhamos que essas centenas de pessoas tenham promovido o quebra-quebra nas sedes dos Três Poderes apenas movidas pelo sentimento de raiva pela perda da eleição presidencial e não pelo incentivo daqueles que que protestavam a perda do poder por conta dos algoritmos supostamente suspeitos introduzidos nas urnas eleitorais. Ora, em nenhuma das circunstâncias haveria amparo legal para tais badernas com a destruição do patrimônio público e histórico. Em qualquer uma das circunstâncias cabe o perdão, a anistia às penalidades dentro dos rigores da lei. Mesmo assim, continuam entendendo que nada foi praticado com anormalidade e, assim, pretendem a anistia.
Por outro lado, no caso da gatunagem das pensões e aposentadorias do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS em que organizações criminosas travestidas de sindicatos e associações legalmente constituídas – mesmo que tenham iniciado suas operações ainda em 2016 – se apossaram criminosamente de saldos financeiros de aposentados, beneficiários e pensionistas sob a guarda de instituição do governo federal e com a permissão de representantes do atual governo, principalmente a partir de 2023, os defensores intransigentes do governo Lula querem fazer entender que a gestão atual de nada tem culpa.
Assim, da mesma forma que o outro grupo continua a defender o indefensável que é a anistia, o grupo da esquerda, liderado pelo Partido dos Trabalhadores – PT não aceita por hipótese alguma a constituição de uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, na Câmara dos Deputados e muito menos a CPMI – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso Nacional para averiguação dos fatos. Temor de que?
Para ambos os grupos, cada um com suas razões e ninguém dá a mão à palmatória.
OPINIÃO
De um leitor da coluna, ainda sobre a abertura da coluna em que focalizava o radicalismo político que vivenciamos, assim se pronunciou: “Continuo achando que o responsável por esse radicalismo entre a direita e a esquerda é o STF. Tirar um preso por roubo da cadeia e fazê-lo presidente, é um absurdo gigantesco. Eu não aceitei e não me conformei”.
GESTÃO
O prefeito Paulinho Freire (União Brasil) tem dado a sua contribuição em busca da pacificação dentro do sistema da oposição na qual se insere o seu partido.
ÁLVARO
O ex-prefeito Álvaro Dias pode desembarcar do Republicanos caso o seu atual partido oficialize Federação com o MDB do vice-governador Walter Alves. Há algum tempo que Waltinho e Álvaro não fumam o “cachimbo da paz”.
IMAGEM
O Partido dos Trabalhadores – PT já deveria ter encomendado pesquisa de opinião pública para avaliar mandatos de seus integrantes, principalmente a gestão de Fátima Bezerra. Pelo que tem saído publicado de pesquisas encomendadas por outros grupos, a avaliação da gestão estadual não é das melhores.
CRISTALIZAÇÃO
Há algum tempo que se sabe que a avaliação negativa da governadora Fátima Bezerra tem ficado sempre acima da casa dos 55%. Pelo menos nas pesquisas processadas em alguns municípios potiguares. É preciso que se avalie em todo o estado se essa avaliação negativa está ou não cristalizada.
SENADO
Apesar de que o eleitor vai escolher candidaturas para as duas vagas do Senado, a disputa não será fácil para ninguém. Nenhuma das pretensas candidaturas pode se julgar vitoriosa.