O BLEFE E O MELÉ SOLTO
Assim como nos jogos de baralho existe a máxima do “blefe”, quando um dos jogadores quer atrair seu adversário para alguma cilada, na política partidária seus personagens também se utilizam dessa linguagem para ganhar tempo enquanto prepara os verdadeiros atores para suas próximas jogadas com o objetivo de ganhar tempo.
Assim está sendo aqui no Rio Grande do Norte, um estado que respira política as 24 horas do dia, nos 365 dias do ano. E assim sendo, não poderia ter sido diferente com os políticos que verdadeiramente “dão as cartas” no cenário político potiguar.
Quem primeiro mostrou o jogo a ser jogado foi o senador Rogério Marinho (PL), que juntamente com o senador Styvenson Valentim (PSDB) e com o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), apoiado ainda pelos deputados federais Robinson Faria (Republicanos), General Girão (PL), Carla Dickson (União Brasil) e o Sargento Gonçalves (PL) e mais o prefeito Paulinho Freire (União Brasil) e mais uma dúzia de deputados estaduais, colocou o seu próprio nome e o nome do ex- -prefeito de Natal como opções a disputar a cadeira hoje ocupada pela governadora Fátima Bezerra (PT), lembrando que anteriormente o mesmo Rogério havia lembrado o nome do prefeito mossoroense Alysson Bezerra para disputar o mesmo cargo. Era a primeira jogada da oposição no carteado das eleições de 2026, e também o primeiro blefe.
Logo a seguir, antes mesmo do carnaval, no mês de fevereiro, sem deixar que seus adversários armassem outras cartadas a governadora Fátima Bezerra, pela situação, botou as cartas na mesa para as jogadas iniciais do pleito de 2026, e surpreendentemente anunciou o nome do neófito em política partidária Cadu Xavier, imediatamente fi liado ao PT, como candidato a lhe substituir. Outro blefe.
Certamente, Rogério, pela oposição, e Fátima, pela situação, se preparam para formar o time completo ao mesmo tempo e que arregimentam um maior número de parceiros para jogar o verdadeiro jogo.
Rogério sabe que não será candidato ao governo do estado, como sabe também que Álvaro Dias não tem carisma para enfrentar um nome de peso, que não é o de Cadu, do lado da governadora, e tenta matreiramente atrair Alysson Bezerra para jogar o seu jogo, como o candidato de peso a disputar o governo.
Fátima, mesmo tendo conseguido a renúncia antecipada do seu substituto Walter Alves, que assumirá a governança a partir do mês de abril, sabe perfeitamente que Cadu não tem cacife político para uma disputa majoritária, principalmente com a sua gestão em desgaste. Ela e seus jogadores jogam na surdina e querem o passe de Alysson Bezerra, mesmo que ele não se filie ao PT.
Enquanto Rogério e Fátima blefam no jogo, Alysson aparece como o “melé solto”. E quando esse “melé solto” tenha sido conquistado por algum dos jogadores, aí, sim, o verdadeiro jogo vai começar a ser jogado.
REFORÇO
O blog Carlos Santos repercutiu a nota divulgada ontem nesta coluna, em que o deputado Neilton Diógenes (PP) denunciara o descaso do governo estadual em relação ao Hospital da Mulher, em Mossoró.
REFORÇO 2
O jornalista mossoroense reforçou a denúncia do descaso com o Hospital da Mulher, em sua Nota do Blog Carlos Santos: “Caro Bosco, caro deputado, esse hospital foi entregue no dia 29 de dezembro de 2022, a dois dias do fim do primeiro mandato governamental de Fátima Bezerra (PT). Quase dois anos e meio no tempo. Quando nascer a primeira criança por lá é provável que aconteça uma nova solenidade”.
ESTRADAS
Enquanto o governo estadual vem fazendo propaganda sobre sua atuação na recuperação das estradas estaduais, parlamentares estaduais não deixam de cobrar mais ação governamental no setor. Na última sessão da Assembleia Legislativa, a deputada Cristiane Dantas (SDD) focalizou a precariedade das estradas RN, inclusive aquelas que receberam recapeamento recentemente.
OPINIÃO
De um leitor: “Estamos, sim, numa ditadura – a do judiciário. Aliás, bem pior que a militar, uma vez que não temos a quem recorrer”. OPINIÃO 2 Do deputado Luiz Eduardo (SDD): “São de péssima qualidade os serviços nas estradas do Rio Grande do Norte”
PERGUNTA
Pergunta que não quer calar: de quem é a culpa pelo baixo índice do IDEB entre o alunado das escolas estaduais, é da governadora, que busca pagar os salários em dia ou de professores que estão nas salas de aula?