A ESCULTURA DO MACAUENSE JORDÃO
O ARTISTA
José Jordão Arimatéia, Escultor e entalhador, nasceu na cidade de Macau em 03 de abril de 1949, atualmente está com 75 anos de idade. Ainda criança iniciou os seus trabalhos de escultura.
Passou um tempo morando em Fortaleza-CE e em 1966 veio morar em Natal. “[…] De origem humilde, filho de lavadeira e cozinheira, muito cedo, ainda com oito anos de idade, Jordão já tinha uma certeza, queria ser artista. “Eu gostava mesmo era de cantar. Eu queria ser artista de qualquer coisa, mas não deu pra ser cantor. Ai um dia, lá no campo do Rio-Mar… tinha chovido.
Tava uma planície bonita… comecei a desenhar no chão”. Foi exatamente nesse dia que o escultor deu de cara com o labor criativo que o acompanha até hoje. “Vinha passando dois cidadãos e um disse assim: ‘Esse menino é muito bom desenhista. Parece coisa do artista Newton Navarro. Com essa frase, Jordão resolveu definitivamente que iria ser àquilo. Iria ser artista.” (MAMEDE, 2008)
O ANJO DETONADO
O Anjo Azul, um monumento produzido por Jordão, fincado numa residência na Avenida Hermes da Fonseca, onde antes era uma Galeria de Arte, próximo da Escola Doméstica, teve um fim trágico e questionado até os dias atuais pelos que gostam de arte e principalmente de esculturas.
O Anjo, de trombeta nas mãos, como se tivesse anunciando o nascimento do menino Jesus, numa mensagem vinda do Superior, foi vilipendiado do seu altar no ano de 2012, como se fosse para permitir o fim da paz que acalentava os nossos corações e o coração do artista.
MONUMENTOS PARA VISITAÇÃO
Outras obras são dignas de visitação e admiração, além da Estrutura do Edifício Rio-Mar na Cidade Alta, com temas ricos representando a exuberância do nosso calor tropical, há, entretanto, outras também dignas e importantes em outros locais de Natal, tais como: “Os Meninos Músicos”, no pátio do IFRN, Campus da Cidade Alta, “Frei Damião” de 1982, na Avenida Alexandrino de Alencar, num posto de gasolina de frente ao Corpo de Bombeiros, “Netuno”, num muro do Hotel Buriti na Avenida Nove, no Bairro do Alecrim, “Rendeira”, na parede externa do prédio principal o Centro Convenções de Natal na Via Costeira, “O Dragão”, 1971, na Praia dos Artistas, “Lampião” e “Salinas” em Latão, também no Centro de Convenções, “Pescador” , na Praia da Pipa.
ALCOOLISMO E SUPERAÇÃO
“Assim como as viagens que fez por aí, a relação de Jordão com a arte também é repleta de idas e vindas. Na sua história de vida o artesão confessa que o alcoolismo foi uma personagem persistente em várias ocasiões. “Já deixei muitas vezes a arte. A bebida faz a gente perder a criação. Eu trabalhava só pra manter o vício. Um trabalho que valia quinhentos, eu vendia por duzentos, né… a sede era maior”. Mergulhado num poço que parecia não ter fim, Jordão ficou 15 anos no limbo sem criar uma peça sequer. “Perdi a criatividade, a inspiração. Por desgosto mesmo! Vergonha da sociedade”. Depois do período nebuloso de auto-exílio, Jordão deixou de beber e se casou de novo. Apagou de vez o capítulo dedicado às bebidas. “A arte me chamou de volta. Hoje eu vivo pro meu lar, minha esposa e minha filhinha”. (Jordão conta isso segurando a pequena Lua no colo).” (Mamede, 2008)
Mamede, Filipe. In OverMundo – . Acesso em: 16 de Jun. 2020.