Os Estados Unidos cancelaram os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O visto do próprio ministro não foi revogado, uma vez que está atualmente vencido e fora de vigência.
As duas familiares sancionadas estão atualmente no Brasil, mas, caso estivessem nos Estados Unidos, poderiam permanecer no país enquanto o visto estivesse válido. Com o cancelamento, no entanto, elas passam a estar impedidas de entrar em território norte-americano. De acordo com documentos enviados pelo Consulado-Geral dos EUA em São Paulo, ambas foram consideradas “não elegíveis” para entrada nos Estados Unidos.
EUA x Mais Médicos
Na quarta-feira (13/8), os Estados Unidos anunciaram a revogação dos vistos de servidores públicos brasileiros ligados ao programa Mais Médicos. A decisão foi comunicada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chefe da diplomacia dos EUA.
Foram alvos das sanções norte-americanas Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador-geral da COP30. Ambos atuavam na pasta da Saúde durante a implementação do programa Mais Médicos no Brasil. Além deles, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) também foram atingidos pelas restrições, que agora os impedem de entrar nos Estados Unidos, atualmente sob o governo de Donald Trump.
Mais cedo, o Departamento de Estado dos Estados Unidos já havia anunciado a revogação dos vistos de autoridades ligadas aos governos de Cuba, além de representantes de países da África e da Granada. A medida faz parte de uma retaliação direta a programas promovidos por Cuba que enviam profissionais de saúde para atuarem em outras nações, como é o caso do Mais Médicos no Brasil. Em nota oficial, o Departamento de Estado acusou o governo brasileiro de burlar as sanções impostas a Cuba por meio de um suposto desvio nos pagamentos destinados a profissionais de saúde cubanos.
Em comunicado oficial, a chancelaria norte-americana afirmou: “Como parte do programa Mais Médicos do Brasil, essas autoridades utilizaram a Opas como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos. Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa.”
Após o anúncio das sanções, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se pronunciou por meio de seu perfil na rede X (antigo Twitter). Ele declarou que o programa Mais Médicos continuará existindo apesar dos ataques e que o Ministério da Saúde não se curvará “a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas pessoas fundamentais para o Mais Médicos”.
“O Mais Médicos, assim como o Pix, sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja. O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira. Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman”, afirmou Padilha.
*Com informações do Metrópoles