POR QUE O RN NÃO É UM ESTADO DESENVOLVIDO?
O Rio Grande do Norte, um estado abençoado com vastos recursos naturais, apresenta um cenário paradoxal. Apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo e gás natural em terra, líder nacional na produção de sal marinho, um polo crescente em fruticultura irrigada, detentor de um potencial para energias renováveis e um invejável potencial turístico, o estado persiste entre as unidades da federação com os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil.
No setor de óleo e gás, a bacia potiguar tem uma história rica, com o RN sendo pioneiro na exploração terrestre. A Petrobras, embora tenha reduzido suas operações em terra nos últimos anos, abriu espaço para novas empresas que buscam revitalizar campos maduros. Essa transição, se bem planejada e acompanhada de investimentos em infraestrutura e qualificação de mão de obra, pode gerar novas oportunidades e receitas para o estado.
A produção de sal marinho é outro pilar da economia potiguar, concentrada principalmente na região de Macau, Mossoró e Areia Branca. As salinas do RN abastecem grande parte do mercado nacional e exportam para diversos países. No entanto, a indústria enfrenta desafios como a concorrência internacional e a necessidade de modernização para otimizar a produção e reduzir custos.
A fruticultura irrigada, especialmente o melão, ganhou destaque nas últimas décadas, transformando regiões semiáridas em polos de exportação. O uso de tecnologia e a adaptação às condições climáticas locais permitiram ao estado se consolidar como um grande produtor de frutas de alta qualidade, gerando emprego e renda no campo.
Contudo, é no campo das energias renováveis que o Rio Grande do Norte se destaca como um gigante adormecido, ou melhor, um gigante em ascensão. Com ventos constantes e alta irradiação solar, o estado é líder na geração de energia eólica e tem um potencial imenso para a solar.
Projetos de grande porte estão em operação e outros tantos em planejamento, o que pode atrair investimentos substanciais e transformar a matriz energética do estado e do país.
O estado também tem, como polo desenvolvimentista o setor do turismo, que precisa de maior incentivo na estruturação e difusão para alcançar todo o seu potencial, inclusive abrangendo os vários setores em todas as regiões do estado, saindo da mesmice de explorar apenas as belas praias espalhadas por todo o nosso litoral.
Apesar de todas essas riquezas, o Rio Grande do Norte ainda figura entre os estados com menores PIBs per capita e altos índices de pobreza e desigualdade. Fatores como a concentração de renda, a falta de diversificação econômica em algumas regiões, a infraestrutura ainda deficiente e a burocracia excessiva para novos investimentos contribuem para esse cenário.
O desafio do Rio Grande do Norte é transformar seu vasto potencial em desenvolvimento humano e social. É preciso investir em educação de qualidade, capacitação profissional, infraestrutura logística e saneamento básico, além de promover um ambiente de negócios mais favorável para atrair e reter investimentos. Somente assim o estado poderá superar o paradoxo de sua riqueza natural e alcançar um futuro mais próspero para todos os potiguares.
KAPPAPHYCUS
A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca está convocando reunião com o objetivo de alinhar os próximos passos para o início da fase experimental nos cultivos da macroalga kappaphycus alvarezii. A reunião vai acontecer amanhã, quarta-feira, 9, a partir das 10h00, no salão de reuniões da secretaria, no Centro Administrativo, em Natal.
KAPPAPHYCUS 2
Convidado para o próximo encontro que irá discutir locais experimentais e que irá participar por videoconferência, o professor e pesquisador Maulori Cabral, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que “Essa primeira fase de autorização do IBAMA tem por finalidade definir os locais do litoral potiguar que melhor atendam/suportem o cultivo das macroalgas da espécie Kappaphycus alvarezii”.
KAPPAPHYCUS 3
Para o pesquisador Maulori, “O conhecimento desses locais é fundamental para a segunda fase da liberação, pois, trata-se de instalação de cultivo para fins comerciais, empreendimentos que assegurem a instalação de biorrefinarias, para extração de subprodutos de alto teor agregado”.
Desde 2020, o professor Maulori vem difundindo, a partir de seminário acontecido em Macau, a necessidade do cultivo da kappaphycus na região Nordeste, especialmente no litoral do Rio Grande do Norte.
POTÁSSIO
Com a liberação da parte do IBAMA para que haja o cultivo da alga tipo kappaphycus no nosso litoral, o Rio Grande do Norte terá a possibilidade de tornar o Brasil autossuficiente na produção de potássio, considerado um dos componentes mais eficazes para a agricultura.