Por Carol Ribeiro
O vice-governador Walter Alves (MDB) foi o interlocutor do Rio Grande do Norte em missão em países árabes. Ele integrou a missão oficial do Consórcio Nordeste entre os dias 24 e 30 de maio, visitando Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. A missão gerou visibilidade internacional para projetos estruturantes do Estado.
Em entrevista ao Diário do RN, ele avaliou positivamente a agenda: “Eu considero positivo porque, já de saída, quem nos acompanhou durante a viagem foi grande parte da equipe do Governo Federal: ex-ministro do Planejamento, atual diretor do BNDES; o diretor financeiro do Banco do Brasil, representante do alto escalão do Banco do Nordeste”, listou.
A delegação potiguar apresentou dois projetos estratégicos para o Estado: o programa de eficiência energética e o Porto Indústria Verde, de Caiçara do Norte.
“Nós apresentamos dois projetos importantes para o Rio Grande do Norte. Um deles está sendo estruturado pelo Banco do Nordeste, que é o programa de eficiência energética. Esse projeto visa economizar até 40% da despesa do Estado com energia. Hoje, o Estado gasta algo em torno de 99, 100 gigawatts com energia, que dá mais de 60 milhões de reais por ano”, detalhou. “Esse projeto visa usina fotovoltaica, usina solar, para economizar. É um projeto de R$ 500 milhões, que o Estado está batalhando para implantar, por meio de uma PPP, parceria público-privada”, explicou.
Já sobre o Porto Indústria Verde, Walter enfatizou os avanços em PPPs que já estão sendo acordados para concretizar o projeto.
“O porto tem a concepção de produzir hidrogênio verde, que é o combustível do futuro. É um investimento de 5 bilhões de reais, sendo 600 milhões já previstos. É um investimento que está sendo feito com a cooperação, inclusive, de acordo já assinado entre a governadora e o BNDES, para que essa parceria público-privada possa ser concretizada, considerando as potencialidades que nós temos aqui no Estado”, afirmou.
Segundo Walter, o projeto também envolve diálogos com fundos soberanos e bancos públicos. A missão posicionou o RN como protagonista nos setores de energia renovável, infraestrutura e agronegócio e despertou o interesse de fundos soberanos e investidores institucionais. “Essa interlocução com o Fundo Soberano, com os bancos, para que, junto aos bancos oficiais do Brasil — como o BNDES, que está estruturando o Porto Indústria Verde — a gente possa concretizar essa PPP, é fundamental”, disse.
Além dos projetos de energia e infraestrutura, a missão reforçou a posição do RN em áreas como agronegócio e logística. “A fruticultura irrigada, o pescado, a energia renovável, o sal — que a gente produz 90% do sal do Brasil — são potencialidades que nós temos. Hoje temos dois portos, o Porto de Natal e o Porto de Areia Branca. Mas é necessário, mais do que nunca, ampliar. A localização geográfica que nós temos hoje é um diferencial enorme: oito horas da Europa, dos Estados Unidos, da África”, ressaltou.
Para o vice-governador, a missão representa o início de uma nova fase na política de atração de investimentos do Estado. “Eu acho que foi uma viagem importante, porque a gente plantou para que no futuro próximo a gente possa colher”, finalizou.
Como desdobramento da missão, o Governo do RN planeja uma segunda etapa da estratégia internacional, desta vez com a participação direta de empresários potiguares interessados em ampliar mercados e exportar para o Oriente Médio. A meta é transformar o interesse demonstrado em parcerias comerciais duradouras e investimentos estruturantes, que gerem emprego, renda e desenvolvimento regional, divulgou o governo do RN após a missão.