Nesta terça-feira (14), os moradores do bairro Nova Esperança, em Parnamirim, foram surpreendidos com o aterramento da famosa “Lagoa Azul”. A vereadora do município, Professora Nilda, esteve no local e acompanhou o trabalho de aterramento. Ela lamentou a cena que descreve como triste e revoltante: “Revoltante por ser uma agressão ao meio ambiente e desperdício do dinheiro público, por falta de estudo técnico na época. Estou ouvindo calmamente profissionais da área para melhor entender os impactos ambientais ou não”.
A professora lembra que essa não é a primeira vez que a Prefeitura de Parnamirim age sem diálogo e transparência: “Tudo começou em 2019, quando a prefeitura encaminhou o projeto à Câmara, hoje lei ordinária N°1999 de 09 dezembro de 2019, solicitando a liberação desta área à Caern, para as obras do saneamento básico. Eu era vereadora na época, solicitei um tempo para um estudo, infelizmente fui voto vencido”.
DIÁLOGO DECISIVO
A decisão da Prefeitura de Parnamirim veio após um debate realizado na Câmara Municipal, na segunda-feira (13), com a participação de professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que defenderam o aterramento do buraco conhecido como lagoa azul.
Nesta terça-feira (14), a prefeitura publicou nota onde explica que levou em consideração a posição da Caern, Igarn, setor de Geologia da UFRN e Idema.
Segundo a nota, “depois da mudança de coloração, de azul para verde, e da análise em laboratório, a água apresentou considerável contaminação, o que coloca em risco a integridade do lençol freático. Além da questão ambiental, a área é um canteiro de obras, portanto o acesso não é permitido, muito menos o banho na lâmina d’água. Mesmo com o isolamento da área e os constantes avisos, alguns curiosos ainda insistem em adentrar ao local, o que é considerado um risco”.
A nota ainda acrescenta que o aterramento também vai garantir a integridade da Avenida João Paulo II, que margeia o local. Essa já era uma preocupação do secretário de Obras do Município, Albert Josuá Neto, que na coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (8), alertou que o buraco poderia ceder pelas laterais e chegar até a rua, prejudicando a via. “Precisa fechar parte desse aquífero para evitar que desmorone a Av. João Paulo II”, concluiu o secretário na coletiva.
Apesar do aterramento, a prefeitura reafirma que o planejamento para a implantação de uma área turística seguirá normalmente. “Foi aterrado agora porque as pessoas não estavam respeitando, estavam invadindo e contaminando a água, em consequência disso, contaminando o lençol freático também. Ele foi fechado agora, mas quando for feito o projeto da área de lazer, o buraco será aberto, mas foi preciso tapar agora, por questões de segurança”, informou a assessoria de Parnamirim, em conversa com a equipe do Diário do RN.