O governo venezuelano solicitou aos funcionários do órgão de direitos humanos da ONU que saiam do país em três dias, anunciando uma revisão de sua cooperação com a organização. A decisão, descrita como uma suspensão das atividades da assessoria técnica do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, será seguida por uma análise detalhada dos termos de cooperação nos próximos 30 dias.
A medida foi divulgada em comunicado oficial, com a exigência de que todo o pessoal da ONU vinculado ao escritório deixe a Venezuela dentro das próximas 72 horas. O governo também criticou duramente comentários recentes do relator especial da ONU sobre o direito à alimentação, Michael Fakhri, que concluiu uma visita ao país.
Fakhri havia expressado preocupações sobre o programa alimentar do governo venezuelano, alegando que não aborda as raízes da fome e é suscetível a influências políticas. Em resposta, o governo acusou o escritório de direitos humanos da ONU de ter uma postura “colonialista, abusiva e violadora”.
Além disso, o governo venezuelano alegou que o escritório desempenhou um papel inadequado no país, apoiando a impunidade para indivíduos envolvidos em atividades consideradas como tentativas de assassinato, golpes de estado e conspirações.
As tensões entre o governo venezuelano e a ONU aumentaram nos últimos tempos, com os Estados Unidos e outros órgãos internacionais condenando recentemente a detenção e acusações contra a especialista em defesa Rocio San Miguel, bem como membros de sua família.