Mais de 500 animais, entre bovinos, ovinos e caprinos, podem ter morrido após a aplicação da vacina Excell 10, do laboratório Dechra Brasil, em propriedades rurais do Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Maranhão e Ceará. Os primeiros registros ocorreram em Simões (PI), onde mais de 150 óbitos já foram confirmados, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Rural do município.
Na última quarta-feira (20), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu o uso e a comercialização dos lotes 016/2024 e 018/2024 da vacina, determinando o recolhimento imediato. Em nota, a Dechra informou que já havia interrompido as vendas e que colabora com as autoridades na investigação.
Até agora, conforme balanço do Mapa, foram notificadas oficialmente as mortes de 194 ovinos, quatro caprinos e um bovino. Técnicos do governo federal e das agências estaduais de defesa agropecuária realizam necropsias e coleta de amostras para análise em universidades e laboratórios especializados. O prazo para conclusão do inquérito é de até 60 dias.
Os criadores relatam que os primeiros sintomas surgiram cerca de dez dias após a imunização, com inchaço no local da aplicação, seguido de agravamento clínico e morte quase certa dos animais. Pequenos produtores afirmam ter sofrido perdas de grande parte dos rebanhos, em alguns casos superiores a 50%, gerando forte impacto econômico e social. Há ainda temor de que os episódios prejudiquem a confiança nas campanhas de vacinação contra doenças como tétano, botulismo e enterotoxemia.
Para apoiar os pecuaristas, prefeituras têm oferecido atendimento veterinário, apoio psicológico e orientação jurídica. O governo federal reforçou que as fiscalizações continuam e que a investigação busca esclarecer se os óbitos têm relação direta com falhas no imunizante. Enquanto isso, produtores aguardam os resultados das análises e reivindicam compensação pelas perdas.
*Com informações de Tribuna do Norte