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    ARTIGO

    Uma página de poesia num dia de liberdade

    20/11/2024, 13:22 Cultura
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    Foto: reprodução

    Dia 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, agora é feriado nacional em nosso país. Nesses poemas, teço duas homenagens: à consciência de nossa negritude – nossa africanidade cultural e sanguínea – e à fraternidade universal, que deve prevalecer entre pessoas e povos, não apenas como exigência filosófica da moral humanista, mas como afirmação da diversidade do amplo patrimônio genético que nos compõe e nos une.

    Vem-me à lembrança, também, dois grandes amigos africanos, que incluo nesta homenagem, ambos da Guiné Bissau, e que têm vida permanente em meu coração, embora um deles já falecido, Manuel Casqueiro. Guineense, filho de pais portugueses exilados na Guiné durante a ditadura salazarista, lutou na guerra pela libertação de Angola. Conquistada a independência desse país, veio morar no Ceará, casando-se aqui com uma brasileira, dedicando-se à literatura. Fundou nesse Estado a Academia Afro-Cearense de Letras. E dizia que tinha dois amigos em Natal: eu e o poeta Jarbas Martins. Deixou, publicados, os livros” Munzungu Pululu”, “Os Candengues da Cochinchina” e “A lança de Nzambi”. O outro amigo, Antônio Pinto, muito jovem deixou sua pátria de nascimento, acompanhando sua família, para viver uma diáspora que incluiu o Senegal, a França e, finalmente, sua nova e definitiva pátria, o Brasil, quando o conheci, ainda muito jovem, formando com ele uma sólida e fraterna amizade. Concluído o seu curso de Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, advogou comigo e o advogado poeta Gilberto Avelino, até que, aprovado em concurso público, passou a exercer a profissão de Delegado Civil no Rio Grande do Norte.

    Desses meus três poemas abaixo transcritos, o segundo deles, “África”, constitui a epígrafe poética do livro “Os Kandengues da Cochinchina”, a pedido do autor, Manuel Casqueiro. O livro, já lançado no Brasil, expõe angústias e histórias recolhidas das crianças angolanas submetidas às situações de guerra que abalaram o continente africano.

    FRATERNIDADE

    Que me ajude o meu sangue árabe
    Que me ajude o meu sangue judaico
    Que me ajude o meu sangue europeu
    Que me ajude o meu sangue africano
    Que me ajude o meu sangue asiático
    e indígena

    Que me ajudem todos os meus sangues
    a construir a fraternidade universal

    ÁFRICA

    No pôr do sol de Luanda a saudade
    o fado dos que se foram pelo mar
    e jamais voltaram

    CANTO AO AVÔ AFRICANO

    Procuro-te entre os demais
    e não te encontro
    talvez porque não aceitaste o convite
    e o sonho do Brasil te foi imposto.

    Vejo a tua sombra
    e semente –
    já que o teu corpo foi corrompido pela guerra
    pelo açoite
    e pela prisão.

    Os demais estavam à mesa
    e todos tinham nome e origem.
    Tu, porém, sobreviveste
    sem o pão e o vinho.

    Trazem-me dos demais a linhagem secular
    lenda ou fantasia
    e vou encontrá-los nas igrejas
    cartórios ou bibliotecas.

    Quanto a ti
    a memória se perde
    num vago e nostálgico sentimento passado
    que vai enfim morrer na praia
    na selva ou no deserto.

    Contra ti urdiram a morte histórica
    relegando-te aos livros
    de registros contábeis
    às ignóbeis transações de compra e venda.

    Mas ergue-te, avô, pois ainda vives
    e tua vida é maior que a derrota nas armas.

    Dá repouso à tua sombra.
    Vê que te ofereço

    • à luz do sol –
      um banquete com as lavouras que plantaste
      e a que não faltarão
      os alimentos sagrados que o teu gênio criou
      os teus ricos orixás
      as raízes de teus cantos, ritmos e danças.

    E verás que à mesa estará presente
    um povo
    uma nação
    construída com o teu sangue.

    Não me renegues, avô,
    não é minha pele que te chama
    mas a noite de tua ausência.

    Horácio de Paiva Oliveira – Poeta, escritor, advogado, membro do Instituto Histórico e Geográfico do RN, da União Brasileira de Escritores do RN e presidente da Academia Macauense de Letras e Artes – AMLA

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