Em pronunciamento, presidente americano detalhou operação conjunta e disse que o objetivo era destruir a capacidade de enriquecimento de urânio do Irã. Benjamin Netanyahu confirma e diz que ações continuarão.
Em uma escalada dramática do conflito no Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite deste sábado (21) que forças americanas e israelenses realizaram ataques conjuntos contra três instalações nucleares no Irã. Em um duro pronunciamento à nação, Trump declarou a operação um “sucesso militar espetacular” e ameaçou com novas ações caso Teerã não recue.
“As principais instalações de enriquecimento nuclear do Irã foram completa e totalmente destruídas”, afirmou Trump. “O Irã, o valentão do Oriente Médio, agora deve escolher a paz. Se não o fizer, ataques futuros serão muito maiores e muito mais fáceis de executar.”
O presidente americano justificou a ação citando um histórico de hostilidades. “Por 40 anos, o Irã vem gritando morte à América, morte a Israel. Eles vêm matando nossos soldados. Perdemos mais de mil pessoas […] em consequência direta desse ódio.”
Apoio e Confirmação de Israel
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também se pronunciou no sábado, agradecendo o apoio dos EUA e confirmando a necessidade da ação para conter o que chamou de “ameaça de aniquilação” por um Irã nuclear. “Os ataques continuarão pelo tempo necessário para concluir a tarefa”, disse Netanyahu, cujas forças já haviam bombardeado alvos iranianos nos últimos dias.
Contexto da Crise
A ofensiva conjunta representa o capítulo mais grave de uma crise que começou no último dia 13, quando Israel lançou um ataque surpresa contra o Irã, acusando o país de estar próximo de desenvolver uma arma nuclear.
O governo iraniano nega as acusações, afirmando que seu programa tem fins pacíficos e que estava em meio a negociações com os próprios EUA para garantir o cumprimento de tratados de não proliferação.
A situação é complexa e marcada por contradições. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vinha acusando o Irã de não cumprir todas as suas obrigações, mas reconhecia não ter provas de um programa de armas atômicas. Em março, a própria Inteligência dos EUA avaliou que o Irã não estava desenvolvendo armas nucleares, uma posição agora publicamente contrariada pelo presidente Trump.
Enquanto isso, acusações históricas apontam que Israel, o maior crítico do programa iraniano, mantém um vasto arsenal nuclear secreto com dezenas de ogivas, embora nunca tenha admitido oficialmente.