Por Carol Ribeiro
Como candidata a deputada federal em 2022 pelo PSB, Thabatta Pimenta obteve 40 mil votos, mas não conseguiu chegar à Câmara dos Deputados. Em 2024, pelo PSOL, foi eleita vereadora de Natal com 7.085 votos. Agora, projeta a possibilidade de novos voos na eleição de 2026. Está à disposição de qualquer cargo, mas afirma que “não descarta” e que “é para valer”, a pré-candidatura ao Governo do RN. Ela falou sobre o assunto no Programa 12 em Ponto, da 98 FM.
“Sou pré-candidata em 2026, só que eu ainda não sei a que. Não descarto, inclusive, uma candidatura ao governo do estado”, afirmou.
Thabatta contou que as conversas internas no PSOL ainda estão no início e que há diferenças entre as correntes internas do partido. Ela pertence à Primavera Socialista, tendência de atuação nacional, enquanto a direção estadual é composta por outra corrente. “A gente está entrando nas conversas sobre a chapa, inclusive. Eu estou na corrente que é a corrente nacional, que é a Primavera Socialista. Aqui é outra corrente, mas o PSOL hoje é o meu partido”, disse. Ao Diário do RN, ela afirmou que já levou a conversa ao diretório municipal.
Apesar do foco atual no mandato em Natal, Thabatta também cogita a possibilidade de disputar à Câmara dos Deputados. “A Câmara Federal também é um caminho, porque a nossa comunidade trans, por exemplo, nós queremos, nós estamos articuladas e queremos fazer uma bancada trans no Congresso”, disse.
Ela destacou que foi convidada pelo próprio presidente Lula para a disputa pelo PT. “Lula me chamou. Lula me convidou para ser deputada federal do PT. Quando esteve aqui as duas vezes, uma foi quando fomos para Oiticica”.
Thabatta também mencionou a possibilidade de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa e disse estar de olho em possíveis nomes para dobradinha. “Tem nomes muito bons. Ivan Baron está querendo se colocar. Eu também não tiro a ideia de ir para Assembleia. Eu estou dizendo que estou analisando, vou continuar meu trabalho. Está sendo muito foco em Natal”, afirma.
PT
A vereadora comentou ainda as articulações nacionais envolvendo o PSOL e a possível federação com o PT. “Eu não estou conversando com nenhum partido. Ninguém veio a mim, até porque, quando vêm, eu digo que não quero conversar, porque o PSOL também está fazendo, pautando isso nacionalmente. Tem a possibilidade hoje do PSOL ter uma federação com o Partido dos Trabalhadores. Então, isso é um debate ainda muito grande”, disse.
Sobre essa eventual aliança com o PT e a possibilidade de isso inviabilizar sua candidatura ao governo, respondeu: “É. Mas, se não [acontecer a federação], o PSOL sempre tem candidatura própria. Por que não?”.
Dentro destas possibilidades, foi questionada se aceitaria compor como vice na chapa de Cadu Xavier, pré-candidato do sistema governista ao Governo do Estado. Ela respondeu: “Eu não conheço Cadu. Inclusive, hoje, os meus únicos votos que eu tenho certeza que eu vou votar: o presidente Lula, indo para reeleição, e a senadora Zenaide Maia”.
Entretanto, citou a falta de diálogo com as lideranças petistas locais, enquanto aliados. Enfatizou que só teve contato com Cadu Xavier uma vez, na ocasião em que esteve com o presidente Lula.
Sobre a governadora Fátima Bezerra, Thabatta adotou cautela. “As pessoas que me conhecem dentro da política sabem que eu não passo pano para ninguém. Eu já tive meus embates com o PT, com a esquerda, com a direita. Votei na governadora, não sei se ela realmente… Eu acho que quem deveria ser candidata ao Senado era a Natália [Bonavides]”, afirmou.
A vereadora, que iniciou a carreira política em Carnaúba dos Dantas, reforçou que sua trajetória política não se limita a siglas. “Para além de partidos, eu sou as pessoas que precisam estar ali. As pessoas interioranas, as pessoas com deficiência, as pessoas LGBT”, afirmou.
Sandro Pimentel: “Discussão sequer chegou ao partido”
O presidente estadual do PSOL no Rio Grande do Norte, Sandro Pimentel, afirmou ao Diário do RN que a eventual candidatura de Thabatta Pimenta ao Governo do Estado não foi discutida internamente até o momento.
“Essa é uma discussão coletiva e que sequer chegou ao partido ainda, nem por ela e nem por nenhum outro. Pessoalmente, acho estranho que essa discussão comece pela imprensa e não pelo partido. Um erro grave”, disse.
Sandro ressaltou que qualquer filiado ou filiada pode se colocar como pré-candidato a qualquer cargo, mas frisou que a decisão final será tomada pelo partido: “Ela, eu ou qualquer outra pessoa filiada ao PSOL pode se postular a qualquer cargo, mas que a definição final é do partido.”