No Rio Grande do Norte, a taxa de desocupação permaneceu em 7,5% no trimestre formado pelos meses de julho, agosto e setembro de 2025, mesma taxa estimada para o trimestre anterior (abril-maio-junho), quando o indicador alcançou o menor valor da série histórica iniciada em 2012.
Em relação ao terceiro trimestre de 2024, quando a taxa de desocupação ficou em 8,9%, a diferença foi de -1,4 pontos percentuais (p.p.).
As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad Contínua Trimestral, divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento mostra ainda que o nível de ocupação ficou em 48,6% no terceiro trimestre, uma diferença de -0,7% em relação ao período anterior.
A taxa de participação na força de trabalho também apresentou uma diferença negativa, de -0,8%, chegando a 52,5% no trimestre terminado em setembro.
O chefe da Seção de Disseminação de Informações do IBGE/RN, Damião Ernane de Souza, explica que quando há menos pessoas trabalhando e menos pessoas procurando emprego, a taxa de desocupação pode ficar estável enquanto o nível de ocupação e a taxa de participação caem.
“Isso acontece porque, segundo a metodologia da Pnad Contínua, só é considerado desocupado quem está em busca de trabalho. Quando uma pessoa desiste de procurar emprego, seja por desânimo ou por outros motivos, ela fica fora da força de trabalho. Assim, o total de pessoas ativas na economia (na força de trabalho) diminui, reduzindo a taxa de participação e o nível de ocupação, mas não altera a taxa de desocupação, que considera apenas aqueles efetivamente em busca de emprego”.
No total, havia 1,395 milhão de pessoas ocupadas e 113 mil pessoas desocupadas no Rio Grande do Norte no terceiro trimestre. No trimestre anterior, eram 1,423 milhão de pessoas ocupadas e 115 mil desocupadas.
Por outro lado, havia 1,365 milhões de pessoas fora da força de trabalho no estado no último trimestre.
O Instituto calcula, também, que o rendimento médio mensal real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas no RN foi de R$ 2.817 no terceiro trimestre, uma variação de -2,8% ante o rendimento do trimestre terminado em junho (R$ 2.897).
Informalidade alcança 585 mil pessoas no RN
Apesar do piso histórico na taxa de desocupação, a Pnad Contínua mostra um aumento na quantidade de pessoas em situação de informalidade no Rio Grande do Norte. A taxa de informalidade do estado foi de 42,0% no terceiro trimestre de 2025, 2,5 p.p a mais que a taxa estimada no trimestre anterior (39,5%).
No total, havia 585 mil pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas, em situação de informalidade na semana de referência da pesquisa. No segundo trimestre, eram 561 mil.
Aumenta ocupação no setor de construção
A maior parte do pessoal ocupado no Rio Grande do Norte permaneceu nas atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com 331 mil pessoas ocupadas, e nas atividades de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com 296 mil pessoas.
Mas os dados da Pnad Contínua mostram um aumento de 18,2% no pessoal ocupado pelo setor de construção, que subiu de 99 mil para 117 mil pessoas ocupadas entre os dois últimos trimestres.
A pesquisa mostra, também, que havia 666 mil pessoas ocupadas no setor privado do estado, sendo 462 mil com carteira assinada e 204 mil sem carteira. Além disso, havia 12 mil trabalhadores domésticos com carteira e 55 mil sem carteira.
O setor público ocupou 234 mil pessoas, sendo 25 mil com carteira, 67 mil sem carteira e 142 mil funcionários públicos estatuários e militares.
Entre os empregadores, havia 32 mil inscritos no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e 7 mil sem CNPJ. Já trabalhando por conta própria, os dados apontam um total de 70 mil pessoas com CNPJ e 314 mil sem o cadastro.
Os números consideram as pessoas de 14 anos ou mais de idade na força de trabalho.
Pessoal desalentado varia -17,6% no RN
A Pnad Contínua estimou a presença de 69 mil pessoas desalentadas no Rio Grande do Norte no último trimestre, uma variação de -17,6% em relação ao trimestre anterior (84 mil desalentados).
Com isso, o percentual de pessoas desalentadas na população na força de trabalho ou desalentada ficou em 4,4%, uma diferença de -0,8 p.p. ante o estimado no segundo trimestre.
Desalentados são pessoas que estão fora da força de trabalho, ou seja, não estão trabalhando nem procurando emprego, mas gostariam de trabalhar e estariam disponíveis para assumir um trabalho se ele aparecesse. Se enquadram nessa categoria quando desistem de procurar emprego devido à falta de experiência, de idade, ou por acreditarem que não há oportunidades de emprego na sua localidade, entre outras razões.
No terceiro trimestre, as pessoas desalentadas representaram 5,05% do pessoal fora da força de trabalho no RN, grupo também composto, em geral, por estudantes, aposentados, pessoas dedicadas a atividades domésticas, entre outros grupos de pessoas que não têm intenção ou disponibilidade de entrar no mercado de trabalho no momento.
No total, havia 1,365 milhões de pessoas fora da força de trabalho no estado, sendo que 118 mil estavam na força de trabalho potencial, ou seja, pessoas que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana de referência, mas com potencial de entrar força de trabalho se quisessem.
População em Idade de Trabalhar
Estimada em 2,873 milhões de pessoas, a população em idade de trabalhar aumentou em 50 mil pessoas no Rio Grande do Norte no trimestre terminado em setembro. O número é 1,8% maior que o estimado para o mesmo período do ano anterior. Entretanto, em relação ao trimestre anterior, não houve variação estatisticamente significativa.

