Salão Nacional do Turismo: a grande vitrine do Brasil
Um encontro que movimenta o setor

De 21 a 23 de agosto, São Paulo recebe o 9º Salão Nacional do Turismo, organizado pelo Ministério do Turismo. Realizado no Anhembi, o evento reúne destinos, gestores e empreendedores em três dias de programação intensa, com feirões, rodadas de negócios, oficinas e o Núcleo do Conhecimento. Mais do que uma feira, o Salão é uma vitrine estratégica que conecta experiências, gera oportunidades e fortalece o turismo brasileiro no cenário nacional e internacional.
Sua relevância vai além da exposição: é um espaço formativo, que aponta tendências e consolida o turismo como motor de desenvolvimento econômico e cultural. Entretanto, um alerta se faz necessário: o turismo religioso, que movimenta milhões de visitantes e romarias no Brasil, ainda não ocupa espaço de destaque. Incluir esse segmento em workshops e painéis futuros é essencial para reconhecer sua força, impulsionar roteiros e valorizar a fé como vetor de identidade e crescimento.

Impacto e importância para o Brasil
A grandiosidade do Salão vai além da exposição: ele se firma como espaço de formação, informação e promoção. Com ambientes voltados à sustentabilidade, economia criativa, gastronomia e regionalização, é também um laboratório de tendências. Ali, gestores públicos, empresários e a sociedade encontram caminhos para consolidar o turismo como motor de desenvolvimento, ampliando oportunidades em destinos emergentes e fortalecendo regiões já consolidadas.
O alerta para o Turismo Religioso
Apesar da força que o turismo religioso exerce no Brasil — com centenas de festas, romarias e santuários que atraem milhões de fiéis anualmente —, o segmento ainda carece de um espaço à altura em grandes vitrines como o Salão Nacional do Turismo. Segundo o próprio Ministério do Turismo, o Brasil é referência mundial no segmento de fé, abrigando destinos emblemáticos como Aparecida (SP), Juazeiro do Norte (CE), Santa Cruz (RN) e Belém (PA), mas essa potência não tem recebido a devida centralidade em feiras e eventos nacionais.
A inclusão de workshops especializados, painéis temáticos e áreas dedicadas ao turismo religioso no Salão poderia transformar a percepção sobre o segmento, valorizando-o não apenas pela devoção, mas pelo impacto econômico, cultural e social que gera. Essa presença traria visibilidade a roteiros já formatados — como o Caminho dos Santos Mártires, no RN, a Festa do Círio de Nazaré, no Pará, ou os Caminhos Peregrinos formatados em Santa Catarina que levam a Santuários importantes como o de Santa Paulina em Nova Trento/SC —, além de abrir oportunidades para a profissionalização, integração entre destinos e fortalecimento da governança turística e a diversidade do Turismo Religioso no Brasil com sua diversidade religiosa e cultural. Mais do que um nicho, trata-se de um vetor estratégico capaz de movimentar mercados, gerar renda e projetar o Brasil como referência no turismo de fé.
Conclusão
O Salão Nacional do Turismo é uma vitrine única, capaz de projetar a diversidade do Brasil em múltiplas dimensões. Mas para ser, de fato, completo, precisa abrir espaço também ao turismo religioso — um segmento que une fé, identidade cultural e impacto econômico. Incluir essa pauta nas próximas edições significa reconhecer sua força transformadora e garantir que o Brasil apresente ao mundo todo o potencial de sua espiritualidade como atrativo turístico.